Brasil oficializa retorno à Unasul para estreitar laços com América Latina


O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (5) para oficializar o retorno do governo federal à União de Nações Sul-Americanas (Unasul). De acordo o ministro, a união dos país das América Latina, após quatro anos, vai assegurar mais desenvolvimento e erradicação da pobreza entre as nações.

De acordo com Padilha o decreto já havia sido assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e passa valer a partir desse mês.

“Vamos fomentar a integração entre os países nas esferas econômica, social, cultural e científico-tecnológica. É a América Latina unida garantindo o desenvolvimento sustentável, o bem estar dos povos latinos e o trabalho pela erradicação da pobreza e das desigualdades sociais”, disse o ministro no Twitter.

Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil deixou a Unasul para se unir à Prosul. Em uma transmissão ao vivo em uma rede social, Bolsonaro afirmou que o objetivo era “botar um ponto final” na Unasul, que, na opinião dele, serve como “nome de fantasia” do Foro de São Paulo. O foro foi um grupo criado na década de 1990 por partidos de esquerda da América Latina.

A criação de um grupo que reunisse países da América do Sul começou a ser debatida em 2004, quando Lula estava em seu primeiro mandato. A Unasul só foi criada, porém, quatro anos mais tarde, em 2008.

O grupo foi inicialmente formado por doze países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Sua sede fica em Quito, no Equador.

De acordo com o seu tratado de criação, a Unasul tem como objetivos criar um espaço de “integração e união no âmbito cultural, social, econômico e político” entre seus países-membros e “com vistas a eliminar a desigualdade socioeconômica” existente na região.

A presidência do grupo é exercida por nomes indicados por seus países-membros em mandatos de um ano e trocados de forma rotativa seguindo a ordem alfabética dos nomes dos países.

Entre as atribuições do grupo está a realização de reuniões entre chefes-de-estado para debater questões que possam afetar a estabilidade da região e criar mecanismos que aumentem a integração econômica, financeira, política e social dos países-membros.

Críticos, no entanto, argumentam que a Unasul tinha pouca efetividade e suas funções seriam pouco concretas e que alguns dos temas debatidos pelo grupo poderiam ser discutidos em outros fóruns já existentes.

Nos últimos anos, diversos países suspenderam suas participações na Unasul ou deixaram a instituição. Até o anúncio do retorno do Brasil, a Unasul contava com apenas cinco dos 12 integrantes originais: Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Peru, que está suspenso.

Post Author: Izaias Godinho

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