Rio Grande do Sul sofre com a maior enchente da história

As recentes inundações causaram um cenário devastador em várias regiões do interior do Rio Grande do Sul. Os rios Jacuí, Sinos, Gravataí, Caí e outros transbordaram, trazendo caos para a Região Metropolitana de Porto Alegre. Embora as chuvas tenham diminuído ou cessado na capital no sábado (4), o aumento contínuo do nível das águas deixou bairros e até cidades inteiras isoladas. Eldorado do Sul, Canoas e Guaíba estão entre os municípios mais afetados pela situação.

Na cidade de Canoas, que abriga 350 mil pessoas e está localizada a 20 quilômetros de Porto Alegre, diversas vilas e bairros encontram-se debaixo d’água devido às enchentes. As regiões mais afetadas incluem Fátima, Niterói, Rio Branco, Mato Grande, Harmonia, Cinco Colônias e São Luis. A extensão dessas áreas impactadas reflete a gravidade da situação, exigindo esforços significativos das autoridades e da comunidade para lidar com essa crise.

“Temos bairros que submergiram. Canoas foi muito atingida pela enchente e estamos com esforços concentrados neste município, Eldorado do Sul e Guaíba”, disse hoje (4) o governador Eduardo Leite (PSDB). “É muita água que está vindo e por isso peço para que busquem lugares altos”, enfatizou.

O bairro Rio Branco em Canoas está passando por uma evacuação devido à enchente, e mais de 150 mil pessoas foram impactadas em 11 bairros da cidade. Entre os resgatados, está o casal Pedro e Carmem, da família Bueno, ambos figuras proeminentes na comunidade. Pedro é uma liderança social tradicional na região e ex-vereador, enquanto Carmem é uma advogada conceituada na cidade. A situação destaca como a enchente está afetando diversas camadas da sociedade local, incluindo líderes comunitários e profissionais respeitados.

Voluntários no bairro Mathias Velho, em Canoas, estão demonstrando incrível solidariedade em meio à crise das inundações. Eles estão formando um “cordão humano” para ajudar a puxar barcos e resgatar pessoas ilhadas. Juntos, eles se unem em uma corrente de força, repetindo essa dinâmica várias vezes para trazer os resgatados de volta à superfície. Cada pessoa salva é recebida com aplausos calorosos pelos presentes, destacando o espírito de comunidade e apoio mútuo em momentos difíceis como esse.

Pedro Bueno conta que quando a água entrou na casa, ele subiu com a esposa Carmem para o segundo andar,mas teve que descer e nadar para salvar dois cachorros grandes de estimação,o que lhe consumiu energias e provocou uma leve dor no peito.

Superado este momento ficou aguardando o resgate da Defesa Civil.

Após chegar o socorro, Carmem,que não sabe nadar,desceu do segundo andar e mergulhou na água que cheirava a óleo diesel.

Ela sentiu medo,mas teve forças para alcançar uma janela,onde lhe passaram um colete salva vidas.

“Tive que superar o medo e me lançar na água com coragem.Reuni todas as minhas forças e alcancei o barco.Depois chorei de emoção por ter sido salva com o meu marido”.

Pedro também foi transportado no barco.Ele conta que ter salvado os animais foi a parte mais difícil, porque como tem stent cardíaco chegou a imaginar que poderia acontecer algo mais grave,mas superou tudo por pensar na esposa,neta e filhas.

“Perdemos tudo materialmente, mas estamos vivos e é isso que importa”.

Post Author: Beatriz Costa

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