Fizemos algumas entrevistas com profissionais respondendo a seguinte pergunta.
NOS CONTE COMO É O SEU TRABALHO?
LUCAS NUNES PERES
Jogador profissional de Futsal, na AMF – Marau – RS
…”Meu dia a dia é sempre com trabalhos físicos, academia e treinos com bola. Trabalhamos em dois turnos de manhã e à tarde os cinco dias da semana. No sábado pela parte da manhã também treinamos. Disputamos a liga A, também chamada de Liga 1, que é o Campeonato estadual de futsal do Rio Grande do Sul e disputamos a Taça Farroupilha. Nos sábados, às vezes em outros dias da semana, jogamos sempre um jogo em Marau e o outro em outra cidade conforme a chave dos jogos, temos apenas o domingo livre.
Me cuido o ano inteiro, com a alimentação, treinos, o corpo e com o nosso sono. Dificilmente, temos tempo para ir ao aniversário dos pais, irmãos, avós e demais familiares, porque temos apenas o domingo livre e como todos moram em outras cidades fica muito difícil. Portanto nosso trabalho é praticamente 24 horas por dia, sem direito a feriados. E quando terminamos os campeonatos, temos que correr atrás de dinheiro e jogar os torneios de verão (que nos salvam muito), porque o jogador de futsal recebe apenas durante o tempo que está treinando com o seu time oficial e a maioria dos jogadores precisam fazer isso, sem férias.”…
MARCOS CARAFFA
Engenheiro Agrônomo – Três de Maio – RS
…”Bem, inicialmente devo contextualizar que trabalho tanto como professor da Faculdade de Agronomia da Sociedade Educacional Três de Maio – SETREM (em sala de aula e na coordenação da mesma) quanto em concepção, condução e desenvolvimento de pesquisas com variadas culturas, tais como trigo, canola, aveias, girassol, linhos, soja, milho, painço, triticale, centeio, entre outras. Isso decorre de operar com ênfase em sistemas de produção, o que demanda conhecimento sobre diversas culturas.
O dia a dia do trabalho é aquilo que em Gestão de Pessoas se define como atividade com “desenho de cargo excepcional”, extremamente motivadora, uma vez que contempla as duas variáveis sem as quais não há como manter um trabalhador motivado por longo período: a variabilidade diária do fazer e a significância do mesmo.
Cada dia ao chegar no trabalho, por mais que se tenha planejamento, sempre aparecem novas demandas, instigando desafios, do que muito gosto. Assim, sempre há atendimento a ser efetuado a um/a acadêmico/a, uma reunião com representantes de empresas que buscam parceria com a Instituição, um projeto a ser delineado, um alinhamento de ações a ser ajustado om colegas professores, um experimento para ser visitado e avaliado, um relatório a ser concluído, um artigo a ser escrito, entre muitas outras atividades.
Enquanto professor, por trabalhar com metodologias ativas, em muitos momentos me desloco às propriedades rurais da região (perfazendo 21 municípios) para visitar experimentos conduzidos pelos/as alunos/as. Isso demanda disponibilidade de tempo mas, em contrapartida, gera enorme satisfação de contatos variados com alunos e seus familiares em seus ambientes de trabalho e de vida.
No que tange às pesquisas as ações ocorrem desde organizar o desenho experimental, a semeadura, as decisões sobre adubação a ser utilizada, o Manejo Integrado de Plantas Concorrentes, Insetos-Praga e Doenças Patogênicas, efetuar as diversas leituras a serem efetuadas nos ensaios, gerir a colheita e, posteriormente, organizar os dados para efetuação de análise estatística e geração de relatório.
Esse conjunto todo de ações me propicia aprendizado diário, muitas vezes consolidando conhecimentos e outras tantas gerando questionamento sobre algumas “práticas” aplicadas no meio rural, fomentando novas fontes de pesquisa.
Conforme o exposto, o dia a dia é muito variável e, felizmente, tenho muita autonomia para desenvolver o meu fazer, não sendo “engessado” pela estrutura corporativa, o que é fruto de muita felicidade.”…
ELAINE VICENTINA NOETZOLD DA SILVA LONDERO
Trabalhadora Rural da Agricultura Familiar e Artesã. Alegrete – RS
…”Moramos no 2º subdistrito Mariano Pinto 70 km da cidade de Alegrete, trabalhamos com horta, pomar e na chácara com os animais, tudo para alimento da família e o excedente vendemos, e com animais como galinhas, porcos e ovelhas.
Das ovelhas trabalhamos com a pele e a lã, trabalhamos com o curtimento e o artesanato na propriedade, onde vendemos o ano todo para correrias, veterinárias e fazendas do Estado e até fora do Brasil.
Quando sobra algum tempo fizemos crochê que também ajuda na renda familiar, somos em três pessoas, o casal e a filha Milene que pega junto. Agora nessa época do ano, estamos fazendo silagem da rama e folhas de mandioca, na qual usamos para as ovelhas e os borreguinhos que estão para nascer.”…
Escritora
