José Mujica, ex-presidente do Uruguai, morre aos 89 anos

José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu nesta terça-feira, 13 de maio de 2025, aos 89 anos, em Montevidéu. Ele enfrentava um câncer de esôfago diagnosticado em abril de 2024, que se espalhou para o fígado e os rins. Além disso, sofria da síndrome de Churg-Strauss, uma vasculite sistêmica. Em janeiro de 2025, Mujica anunciou que interromperia o tratamento e pediu para ser deixado em paz, afirmando: “E o guerreiro tem direito ao seu descanso”.

Nascido em 20 de maio de 1935, Mujica foi uma figura central na política uruguaia e latino-americana. Na juventude, integrou o grupo guerrilheiro Tupamaros, sendo preso em 1972 e permanecendo encarcerado por quase 15 anos sob a ditadura militar . Após a redemocratização, foi eleito deputado, senador e ministro da Agricultura. Entre 2010 e 2015, exerceu a presidência do Uruguai, implementando reformas progressistas como a legalização do casamento igualitário, do aborto e a regulação da maconha.

Conhecido por seu estilo de vida austero, Mujica residia em uma chácara na zona rural de Montevidéu, cultivando flores e hortaliças. Doava cerca de 70% de seu salário presidencial para causas sociais e seu partido, a Frente Ampla . Sua autenticidade e simplicidade o tornaram uma figura admirada internacionalmente.

Líderes de todo o mundo lamentaram sua morte. O presidente uruguaio Yamandú Orsi expressou pesar, destacando a importância de Mujica para a democracia. Presidentes como Gustavo Petro (Colômbia), Claudia Sheinbaum (México) e Pedro Sánchez (Espanha) homenagearam seu legado de justiça social e humildade. 

Mujica foi casado com Lucía Topolansky, também ex-guerrilheira e figura política proeminente. Seu legado transcende fronteiras, simbolizando integridade, humanidade e compromisso com os valores democráticos.

Post Author: Beatriz Costa

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