Em novembro de 2025, o Brasil sediará, pela primeira vez, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas — a COP30. O evento acontecerá em Belém do Pará, capital do estado que abriga parte significativa da Floresta Amazônica. A escolha da cidade representa um marco não apenas para o país, mas para toda a região Norte e para a agenda ambiental global.
O que é a COP?
A COP (Conferência das Partes) é um encontro anual promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), onde representantes de quase 200 países se reúnem para discutir políticas e ações voltadas à mitigação das mudanças climáticas. Ela surgiu a partir da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em vigor desde 1994.
Entre os principais marcos da conferência estão o Protocolo de Kyoto (1997) e o Acordo de Paris (2015), que estabelecem metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa e o compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Por que o Brasil foi escolhido?
A escolha de Belém como sede da COP30 está diretamente ligada à importância da Amazônia no combate às mudanças climáticas. A floresta tropical é um dos maiores sumidouros naturais de carbono do planeta e abriga uma das maiores biodiversidades do mundo.
O Brasil, como guardião de 60% da floresta amazônica, exerce papel estratégico nas discussões ambientais globais. A eleição de Belém representa o reconhecimento da relevância do bioma amazônico e da necessidade de inserir os povos da floresta, comunidades tradicionais e indígenas no centro do debate climático.
O impacto da COP30 para o Brasil
Receber a COP30 significa colocar o Brasil no centro das decisões climáticas mundiais. O evento deve atrair chefes de Estado, representantes de ONGs, cientistas, ambientalistas, empresas e milhares de participantes de todo o mundo, fortalecendo a diplomacia ambiental brasileira.
Para o país, é uma oportunidade de:
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Reforçar o compromisso com metas sustentáveis;
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Atrair investimentos internacionais em energia limpa, reflorestamento e infraestrutura verde;
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Promover a imagem do Brasil como protagonista da transição ecológica;
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Debater políticas públicas com foco na justiça climática e na preservação dos recursos naturais.
A importância para a região Norte
Para a região Norte, especialmente para o estado do Pará, a COP30 pode ser um divisor de águas. A visibilidade internacional pode impulsionar o turismo sustentável, a ciência e a bioeconomia — um modelo de desenvolvimento que valoriza os recursos da floresta com responsabilidade.
A conferência também estimula melhorias em infraestrutura urbana e tecnológica, preparação de mão de obra e fortalecimento das universidades e centros de pesquisa locais.
Além disso, amplia a voz dos povos amazônidas nos fóruns internacionais e pode gerar políticas públicas específicas para as realidades locais, incluindo medidas de combate ao desmatamento ilegal e valorização do conhecimento tradicional.
A COP30, em Belém, é muito mais que um evento diplomático. É uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança ambiental e para a região Norte demonstrar ao mundo que é possível crescer com responsabilidade ambiental, justiça social e respeito à biodiversidade. Em um momento crítico para o planeta, o encontro na Amazônia tem tudo para ser símbolo de esperança, transformação e compromisso real com o futuro sustentável da Terra.
Texto: Beatriz Costa