As guerreiras e importantes parteiras de antigamente, que já estão em extinção nos dias de hoje

 

As parteiras eram quase médicas, muito importantes para a comunidade da cidade e principalmente do interior dos municípios, mulheres sábias, inteligentes e abençoadas que estão em extinção nos dias de hoje.

Geralmente tinham cabelos grisalhos, mãos calejadas da lida, nos rostos muitas marcas do tempo e não recebiam nada pelo serviço que faziam, mas sempre orgulhosas de colocarem mais uma vida ao mundo.

 

Antigamente nas cidades do interior e também nos dias de hoje tinham poucos médicos nos hospitais, geralmente era um médico que atendia toda a família. As pessoas tinham um difícil acesso aos hospitais e a maioria das crianças nasciam em casa pelas mãos das parteiras.

Mulheres corajosas que andavam de casa em casa, visitando as mulheres grávidas para ver como estavam de saúde, isso durante os nove meses de gestação elas faziam o acompanhamento delas todo esse tempo. Na hora de nascerem era ela que preparava tudo para o nascimento, verificava a dilatação, acalmava a mãe, geralmente tinha mais mulheres da família junto com ela para dar alguma ajuda, mas era ela a profissional dedicada que trouxe a maioria de nós ao mundo.

Mulheres essas que ainda existem por todo esse Brasil, principalmente em áreas que ainda são precárias e possuem pouco acesso de médicos e enfermeiros.

Geralmente as parteiras possuem outra profissão ou são donas de casa (o que faz com que tenham muitos afazeres durante o dia), mas sempre acompanharam de perto as suas pacientes e sem receber nenhum dinheiro em troca do seu serviço.

Pessoas especiais, com uma espiritualidade avançada e realmente pessoas solidárias e com muita empatia com o seu próximo.

 

As parteiras aprenderam com a lição da vida, já vieram ao mundo com esse ensinamento e com essa dádiva de ser a responsável de por alguém no mundo e cuidarem das futuras mamães.

Colocaram milhares de pessoas no mundo como nossos bisavós, avós, pais e muitos de nós vieram ao mundo através daquelas mãozinhas enrrugadinhas das pacientes parteiras.

Eram chamadas também de comadres, sempre fazendo seus trabalhos de maneira voluntária.

Até o surgimento da medicina moderna no século XIX, as mulheres ganhavam seus filhos em suas casas ou na de sua mãe, rezavam muito para não terem complicações no parto, isso tudo é uma benção de Deus. Os hospitais antigamente chamavam as parteiras para realizarem os partos normais e os médicos faziam as cesarianas.

A profissão de parteira era muito estimada e desenvolvida no Egito. Havia em Sais (cidade egípicia), uma escola famosa em toda a antiguidade a Neferica-Ra e mais tarde Peseshet, foram chamadas de as primeiras mulheres médicas da história.

Registros históricos a respeito do parto são muito antigos, datando de 6 a 7 mil anos a.C, Temos as esculturas encontradas na Turquia e que representam uma deusa sentada no trono e dando a luz, estando o recém-nascido visível entre suas coxas. Na Índia, na China e no Japão, as posições mais utilizadas eram verticais (em pé, ajoelhada, sentada e de cócoras)

Na América pré-colombiana predominavam também as posições verticais, entre os índios no México, Equador, Peru e Brasil. Em algumas tribos da América do Norte a posição em pé era a mais utilizada.

As guerreiras, sábias e inteligentes parteiras, colocaram no mundo todos os nossos antepassados, é uma profissão extinta, mas ainda existem muitas parteira pelo Brasil, e se você encontrar uma delas, de uma abraço nela e agradeça por todos nós o seu lindo trabalho.

Escritora

Márcia Ximenes Nunes

Post Author: Márcia Ximenes Nunes

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