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As danças, trovas, declamações e estudos sobre a tradição gaúcha fazem parte do dia a dia dos tradicionalistas e dos CTGs

“Naqueles tempos, sim

os chefes eram chamados coronéis

ganhavam seus galões de baixo da fumaça

em peleias a pata de cavalo

garruchas de um tiro só e espadas de bom aço”

Apparício Silva Rillo – Herança        

 

 

Aqui no Rio Grande do Sul os tradicionalistas que vivem diariamente a tradição, praticam ela de diversas maneiras durante a semana. As invernadas de danças possuem várias categorias, ensaiam e treinam as danças no mínimo três vezes na semana, e quando chega perto das datas de concursos de danças, os ensaios acontecem praticamente todos os dias da semana para que possam representar bem suas entidades. É comum por aqui os amigos dizerem: – Vamos sair hoje de noite e o outro responde: – Não posso porque hoje tem ensaio da invernada, pois os dançarinos estão compromissados com as danças.

As entidades fazem concursos de peões e prendas em várias modalidades, na qual é necessário ter muita cultura, tradição e apresentações artísticas, exige muito estudo durante o ano inteiro. Também temos concursos de declamação, trova, gaita, violão, partes campeiras, chula e muitas outras categorias dentro da tradição gaúcha.

A declamação é feita com poesias gaúchas, o declamador se prepara meses decorando e ensaiando a sua poesia, esse concurso exige muito da memória da pessoa.

Na trova, o trovador precisa ter um pensamento rápido e versátil, porque o assunto da trova, que é um confronto entre duas pessoas, é sorteado na hora do concurso de trovas, então precisam de um raciocínio rápido e muito conhecimento da cultura gaúcha.

Temos também os rodeios, onde acontecem as provas campeiras como o tiro-de-laço, gineteadas, paleteadas, entre outras provas. Também acontece o concurso de culinária de doces e comidas campeiras.

Portanto, aqui no sul a tradição está presente em todos os dias seja na hora do chimarrão ou de comer o arroz-de-carreteiro, ou com as crianças que cantam o Hino do RS com muito orgulho e a honra que temos de carregar a nossa bandeira.

                                                                                                                              

“Mas veio a notícia         

– Teu homem morreu,

de lenço encarnado

e de lança na mão.

E os homens passavam

nos magros cavalos,

com barbas de mato

com palas rasgados

com pena da moça,

com raiva da guerra

que mata um gaúcho

pra erguer um herói”

Apparício Silva Rillo – Mãe Velha

 

 

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

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