Agro Floresta Amazônia – Principais Notícias do Agro!

Aqui no Rio Grande do Sul ainda fazem a marcação tradicionalmente gaúcha, aquela onde os pecuaristas aprenderam com seus antepassados

 

O tradicionalismo gaúcho é um estado de consciência, que busca preservar as boas coisas do passado, claro que, sem interferir no progresso atual. São os usos e costumes passados adiante para os filhos e netos, a tradição são todos os ensinamentos que se aprende com os antigos como o uso da indumentária, o chimarrão, as danças tradicionais, declamação, gaita, violão, chula, músicas nativistas, o arroz-de-carreteiro, o churrasco, a hospitalidade, o tiro de laço, a marcação e outros inúmeros ensinamentos que são passados por gerações.

Em dia de marcação, além de marcarem o gado também é feita a castração deles. A marcação do gado tem como principal propósito de marcar o gado para que seja identificado, pois a marca ajuda a identificar de qual propriedade ele é, facilitando o monitoramento dos animais. Na hora da marcação já fazem a avaliação do peso, controle de vacinas, aplicação de vermífugos, castração, entre outras atividades.

Algumas formas de marcar o gado:

– Marcação a ferro quente – É a forma mais popular, pois antigamente não tinham tantas alternativas, o ferro marca a região, deixando o número, logo ou letra no couro do animal.

– Marcação a ferro frio – Mais comum em búfalos mais claros, é feita a base de nitrogênio líquido.

– Tatuagem – Feita na parte interna da orelha do bovino.

– Brincos – Os brincos são uma marcação do gado menos invasiva, a aplicação é feita na orelha.

– Brincos eletrônicos – é uma aplicação muito cara e nem todos os produtores conseguem fazer.

Hoje nossa entrevista é com o pecuarista e tradicionalista Miguel Chaiben, da Fazenda Vista Alta de Alegrete – RS, essa propriedade já tem 100 anos.

“…A marcação para mim significa o fim de um ciclo, onde os terneiros são separados definitivamente das mães, são marcados e assinalados para dar conta de quem é o proprietário deles. As marcas são registradas na prefeitura, ela identifica o animal para que não seja confundido com os animais da vizinhança.

Cada fazendeiro possui um sinal diferente, até porque se acontecer algum roubo de animais poderemos identificá-los…”

“…Os animais são marcados, assinalados e castrados, os bois castrados servem para o abate, pois  os abatedouros abatem touros por um preço mais baixo, por isso é importante a castração do animal, logo após criar o gado para engordar e abater.

Aqui a  nossa marcação ainda é feita pelo método tradicional, fui criado vendo o meu pai fazer a marcação desta maneira e hoje em dia já estou passando essa tradição para meus filhos. A maioria dos produtores rurais, não utilizam mais esse método antigo de marcação, nós ainda fizemos assim e em dia de marcação tem churrasco, caipirinha e bastante trabalho, os vizinhos sempre aparecem para  ajudar na lida, ainda marcamos o gado laçando e derrubando o terneiro no chão para ser castrado…”

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

Sair da versão mobile