A Missa Crioula faz parte do nosso tradicionalismo há anos
Márcia Ximenes Nunes
A missa crioula é uma missa católica do rito latino (apostólico romano), porém adaptada em linguagem, ritmo, estilo e símbolos tradicionalistas gaúchos. A missa tem o mesmo sentido espiritual e religioso de uma missa tradicional, mas pelas suas características recebe a denominação de “Missa Crioula”.
No ano de 1967, os padres gaúchos Paulo Aripe e Amadeu Gomes Canelas solicitaram a autorização do Bispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherrer a ao Vaticano (papa Paulo VI) para a celebração da missa crioula com cantos, preces e orações próprias, com símbolos do campo, da campanha e dos costumes gaúchos.
Com o linguajar típico dos Pampas, Jesus Cristo é chamado de “O Tropeiro Divino” e Nossa Senhora de “Primeira Prenda Celeste” e Deus é chamado de “Pai Celeste” e o Espírito Santo de “Divino Candeeiro”.
Um dos momentos mais emocionantes da Missa Crioula é o que relembra um dos mais marcantes episódios da história do Rio Grande do Sul, a guerra entre os Maragatos e os Chimangos.
Como a missa busca trazer a paz e a compreensão entre todos os homens que participam da missa, eles colocam suas armas, representadas por facões estilizados, colocando-os em um canto e entrelaçam na cruz os lenços vermelhos (maragatos) e os lenços brancos (chimangos).
O padre Paulo Murab Aripe nasceu na cidade de Uruguaiana (RS) no dia 11 de junho de 1936 e faleceu aos 71 anos em 10 de maio de 2008 na cidade de Alegrete (RS), era conhecido como o “padre potrilho”, seu maior feito foi ter criado essa missa, e a ligação entre a igreja Católica e a cultura gaúcha. Ele celebrou sua missa crioula em quase todos os rincões do Rio Grande do Sul, ele sempre foi um incentivador do tradicionalismo gaúcho.