A mala de garupa acompanha o gaúcho desde 1824 com a chegada dos imigrantes alemães e fez parte das andanças dos peões de uma estância para a outra, assim como das carreteadas dos tropeiros que atravessavam o país, ajudando a crescer a economia do estado
Márcia Ximenes Nunes
“Nessa mala de garupa
fumo em rama e um baralho.
Uma faca na bainha
com a qual eu dou meus talhos
vai num canto escondida
uma ponta de saudade,
rapadura, erva-mate
e um bilhete pra cidade.”
(canção – Pirisca Grecco)
A mala de garupa já acompanhava os gaúchos desde o tempo da Revolução Farroupilha, vem a ser uma bolsa para viagens longas e em curtas também, na mala ele carregava mantimentos, faca, fumo, charque, cuia, bomba, erva-mate, uma muda de roupa, sal e até gengibre o gaúcho já carregava.
Fazia parte do dia a dia do gaúcho quando viajava de uma estância para outra até chegar ao seu destino.
Geralmente a mala de garupa era feita de couro e chamava-se “peçuelos”, mas com o passar dos tempos passou a ser feita com tecidos mais fortes, o gaúcho carregava ela sobre o lombo do cavalo e quando apeava do animal ele levava ela no seu ombro.
É uma espécie de alforje, repartido ao meio, que se põe na garupa do cavalo onde ele carregava tudo que era necessário nas suas andanças pelos pampas gaúchos.
Conta-se que no início do século XIX no Rio Grande do Sul, houve um francês que curtia o couro, morador da cidade de Viamão, antes da chegada dos imigrantes alemães na região do rio dos Sinos, em 1824.
A mala era confeccionada com um pano grosso tecido pelas índias das Reduções Guaraníticas. Geralmente são usadas sobre o ombro esquerdo, porque no ombro direito do campeiro vai o pala do peão para se proteger do frio e do sol.