Desde 1969 o combate a incêndios em campos e florestas é uma das prerrogativas legais da aviação agrícola no Brasil
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) reforçou a proposta ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para a criação de um Plano Nacional de Combate a Incêndios com o uso de aviões agrícolas.
A iniciativa ocorreu durante a visita de Salles à linha de frente no combate a incêndios no Pantanal mato-grossense – nos municípios de Poconé e Porto Jofre. O ministro sobrevoou as áreas de incêndios e acompanhou de perto a ação dos aviões agrícolas contra as chamas, elogiando a ação dos pilotos.
A visita do ministro às operações ocorreu na véspera do Dia Nacional da Aviação Agrícola, que, nesta quarta-feira (19), marca os 73 anos do setor no País.
Tema, aliás, de uma placa entregue a Salles junto com o ofício assinado por dirigentes do Sindag e do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) propondo o Plano Nacional de Combate a Incêndios.
A iniciativa do sindicato aeroagrícola veio logo após o Ministério do Meio Ambiente anunciar o reforço de 1.150 horas de voo para combate às chamas na Amazônia Legal.
Em uma coletiva após sobrevoos nas áreas de incêndios – inclusive a bordo de uma das aeronaves agrícolas (um turboélice Air Tractor de dois lugares), o ministro ressaltou a eficácia da ferramenta contra o fogo. “Destaco como muito bem vindo o apoio da aviação agrícola nesse combate”, pontuou.
A proposta deverá prever a possibilidade de Parcerias Público-Privadas (PPP) com as empresas de aviação agrícola. Inclusive possibilitando que empresas de diversos setores que tenham passivos ambientais possam eliminar seus débitos com o Estado contribuindo com o Programa.
Segurança e economia
Desde 1969 o combate a incêndios em campos e florestas é uma das prerrogativas legais da aviação agrícola no Brasil. Só no ano passado, empresas aeroagrícolas realizaram mais de 1,8 mil lançamentos de água contra chamas em diversos Estados – inclusive na Floresta Amazônica. Entre as principais vantagens da terceirização, estão a economia para os cofres públicos e a segurança do pessoal envolvido nas operações.
Para formar um piloto de combate a incêndios, o Estado ou a União precisam que o profissional chegue a pelo menos 370 horas de voo para poder pilotar um avião agrícola com motor a pistão (de porte menor). Com o qual ainda precisaria treinar voo baixo e sobre terreno difícil até conseguir passar para um avião agrícola turboélice (de porte maior e que são os modelos mais usados contra as chamas). O que pode demorar mais de dois anos, mesmo com investimento constante em treinamento.
Ao passo que um piloto de empresa agrícola, além e já ter pelo menos 2 mil horas de voo quando começa a combater incêndios, ainda passa o ano todo voando sobre lavouras, muitas vezes sobre terreno acidentado e com obstáculos (como linhas elétricas).
Para o poder público, além de não ter a despesa de compra e manutenção de aeronaves que ficam boa parte do tempo paradas, não há o risco de falta de prestadores de serviço. Isso porque as empresas de aviação agrícola combatem chamas no período de entressafra – que coincide com a temporada de incêndios no País.
No quesito segurança, o apoio aéreo é fundamental para as equipes em solo, tanto para evitar que sejam cercados pelo fogo quanto para diminuir o desgaste. Segundo um estudo do Corpo de Bombeiros de São Paulo – Estado que também terceiriza esse serviço, o tempo de combate a incêndios em vegetação cai na proporção de sete para um quando há emprego da aviação agrícola. Ou seja, no caso dos bombeiros, menos tempo que as guarnições passam fora de seus quartéis, diminuindo a proteção às populações urbanas.
Texto com informação da Assessoria e Canal Rural
Fotos: Divulgação