Em uma visita técnica realizada na manhã desta sexta-feira (1°), em Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus), a Suframa foi apresentada a uma iniciativa que não apenas executa a produção do pirarucu para consumo, mas também utiliza o peixe para fins medicinais. O programa “Inovação na Piscicultura do Pirarucu” foi criado há seis anos dentro da Startup BioGigas, com a finalidade de desenvolver pesquisas que vão desde a formação das matrizes até o abate.
O trabalho funciona na área do Complexo Turístico Paraíso D’Ângelo, e a visita da Suframa ao local teve o objetivo de conhecer tanto as principais anuâncias do programa – que já tem portfólio no Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) – quanto “referendá-lo” para a obtenção de recursos advindos da pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), por meio da Lei de Informática.
“A BioGigas assinou, no mês de setembro, uma cooperação técnica com o CBA. Hoje nós já estamos firmados com o CBA e estamos no portfólio da instituição. E nosso programa, que é de inovação no pirarucu, tem um valor total de investimento na ordem de 25 milhões”, informou a professora da Universidade de Estado do Amazonas (UEA) e CEO da Startup, Liliane Rocha.
O programa “Inovação na Piscicultura do Pirarucu” é composto de cinco projetos, cujas etapas são compreendidas pela reprodução, alevinagem, engorda e abate. Aqui nós temos uma equipe de 15 pessoas, entre técnicos, veterinários e pesquisadores. Em termos de benefício para a sociedade, são mais de 140 toneladas de peixe que vão ser vendidos no mercado, além de dois produtos para área da saúde, em processo de patente, que vão atingir números muito acima. Aproveitamos tudo, nada realmente se perde: da pele até a carne, as vísceras e a ossada, tudo é aproveitado. Temos uma perspectiva de venda desse material chegando próximo a R$ 200 milhões no final do programa”, explicou a coordenadora.
A comitiva da Suframa foi coordenada pelo superintendente da Autarquia, Bosco Saraiva, que esteve acompanhado dos superintendentes-adjuntos Frederico Aguiar (Executivo), Waldenir Vieira (Desenvolvimento e Inovação Tecnológica), Leopoldo Montenegro (Projetos), Carlito Sobrinho (Administração), além do coordenador-geral de Desenvolvimento Regional, Igor Bahia, do coordenador-geral de Gestão Tecnológica, substituto, Thiago Melo, e o gerente da Superintendência-Adjunta Executiva (SAE/Suframa), Ozenas Maciel.
Criação
Os peixes do programa são criados dentro de tanques de alvenaria e tanques escavados. Todos passam por um processo criterioso de produção em que se desenvolvem, além de possuir um acompanhamento de sanidade que se soma ao objetivo de tornar o peixe com melhor qualidade de carne. O processo de produção gira em torno de 14 meses, para que o abate seja efetuado e o material esteja pronto para o consumo interno, regional e nacional, com a perspectiva de também ser utilizado para exportação.
Potencial
Ao final da visita, o superintendente Bosco Saraiva destacou a importância da iniciativa para o futuro de Manacapuru e o abastecimento de cidades vizinhas como a própria capital Manaus.
“Muito importante conhecer que existe um projeto como este em Manacapuru e saber até onde ele pode chegar. O potencial é grande e nossa expectativa é que ele dê um salto bem grande, vá além dos recursos próprios com os investimentos que deverão ser feitos a partir dos benefícios gerados pela Lei de Informática. Afinal de contas, cerca de R$ 1,6 bilhões devem ser acordados ainda este ano como recursos de PD&I”, salientou o superintendente.
Texto/Fotos: Isaac Júnior