O momento de baixa distribuição é momento de reinvenção e novos planos para o setor da piscicultura
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A piscicultura no Amazonas já enfrentava crises consideráveis antes da pandemia do Coronavírus no Estado. A queda foi de 45,5% neste ano. Diante disso, empresários que atuam diretamente no ramo buscam soluções para que o mercado cresça e não continue parado nos próximos meses.
O piscicultor e presidente dos piscicultores Cauê Juan Cassol, do município de Careiro Castanho, distante 86 quilômetros de Manaus, informou que mediante o mês em quarentena, a demanda de peixe para a capital caiu e a demanda parou. A retirada dos peixes só acontecerá a partir do mês de maio.
Ele demonstra preocupação com a elevação do custo de produção. “As entidades que financiam nossa produção estão lentas na liberação. Pessoal que faz esta parte está trabalhando de forma reduzida. Também os órgãos que liberam licenças ambientais estão com poucos funcionários, isso demora na liberação também”, explicou.
Embora o momento seja de cautela e espera, há esperança e novas notícias para a produção de peixe no Amazonas. O novo sistema de cooperação levará o desenvolvimento da piscicultura
“Temos muita fé. Não vamos abandonar o barco. O nosso sistema e criação de peixe está partindo para o modo cooperativo. O que é um lado muito importante para o desenvolvimento da piscicultura. Nós vamos trabalhar com o produtor no sistema de integração fomentada para auxiliar os associados produtores. Em outras coisas não há dificuldades, mas simplesmente os mecanismos que o produtor precisa quebrar e que alguém faça o auxílio para que produza no início, meio e fim”, enfatizou Cassol.
Em março de 2020, o Governo do Estado do Amazonas, em atendimento à emenda parlamentar apresentada pelo deputado estadual Francisco Gomes, que no exercício de 2019, destinou R$ 500 mil para a piscicultura e entregou mais de 15 toneladas de ração para piscicultores em Manacapuru.
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O Amazonas recuou
Apesar da grande produção regional de peixes, dados divulgados pela Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura do Estado (Sepa) afirma que em 2019 pelo menos 58% do pescado comercializado e consumido pelos manauaras é oriundo de Rondônia e Roraima.
De acordo com o Anuário da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), o Amazonas foi da 8ª para a 16ª posição na produção de peixes de cultivo. Um montante de 15.270 toneladas. Aa queda foi de 45,5% em relação ao ano de 2018.
A estimativa era de R$ 28 milhões para investimento no setor primário em 2020 por meio da Secretaria de Produção Rural do Estado do Amazonas (Sepror), juntamente com a Agência de Fomento do Estado Amazonas (Afeam). Tudo alinhado em linhas de crédito e subvenção econômica.
Estimativas
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O titular da Secretaria de Produção Rural do Estado do Amazonas (Sepror) Petrúcio Magalhães Júnior, realizou reunião em janeiro deste ano e se mostrou confiante com as novas perspectivas para o setor primário, incluindo o crescimento. “Estamos alinhados, secretarias e Governo, com o objetivo de que os números estejam sempre melhorando no setor. A ordem é interiorizar o desenvolvimento econômico e melhorar a vida de quem está na capital e no interior a cada dia”, concluiu.
Cauê Cassol explica que logo a categoria terá novidades e a produção aumentará no município do Careiro Castanho. “Teremos novidades em breve para aqueles produtores que pararam de produzir, eles voltarão com toda a capacidade de produção, pode ter certeza. Temos uma bacia de água muito boa e consumo grande em Manaus, nós seremos vitoriosos em breve”, disse motivado.
Texto: Bruna Oliveira Fotos: Cauê Cassol