Neste ano, a seca extrema impactou fortemente a rota fluvial entre Manaus e São Paulo de Olivença, município situado a 1.312 km da capital amazonense, com o nível do rio em queda drástica.
Os passageiros que escolheram viajar na lancha Soberana, que parte da Balsa Amarela no Porto de Manaus às 6h do domingo (27), chegaram ao destino apenas na segunda-feira (28) às 15h30. A travessia foi mais demorada devido à baixa velocidade da lancha, influenciada tanto pela chuva quanto pela necessidade de maior cautela devido às condições do rio, o que resultou em atraso.
Altemar Martins, comandante da lancha Soberana, com mais de 28 anos de experiência em navegação e 10 anos na rota Manaus-Tabatinga, explicou que a baixa do rio exige cuidados redobrados. “Todos os anos enfrentamos estiagens, mas em 2024, ela veio com mais intensidade. Isso nos obriga a adaptar a rota e contornar trechos intransitáveis, o que prolonga o trajeto.”
Martins destacou que, apesar de contar com equipamentos de navegação, como sonar e instrumentos de rota, a experiência na condução é essencial para garantir segurança em tempos de seca. “A segurança é sempre nossa prioridade. Se for necessário, reduzimos a velocidade para garantir a proteção de todos a bordo,” enfatizou.
O retorno, realizado na lancha Cidade Manaquiri, partiu às 12h20 de quarta-feira de São Paulo de Olivença e chegou ao porto de Manaus às 17h da quinta-feira (31).
Em 2023, a mesma viagem era uma experiência mais agradável e tranquila. A rota, que durava cinco dias, permitia aos passageiros apreciar o pôr e o nascer do sol, oferecendo uma visão contemplativa da floresta e do rio. Os passageiros desfrutavam de uma estrutura completa, com café da manhã, almoço e jantar inclusos durante todo o percurso.
Texto: Conceição Melquíades / Sandrine Moraes
Fotos: Altemar Martins / Monteiro e Monteiro Navegação / Sandrine Moraes