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Um grande projeto sobre o Reduto do Samba na cidade do Alegrete, porque não é só de tradição campeira que vivemos, pois o samba raiz também corre na veia dos alegretenses admiradores desse ritmo

Com que roupa?         

…“Agora vou mudar minha conduta

Eu vou pra luta,

Pois eu quero me aprumar

Vou tratar você com a força bruta

Pra poder me reabilitar

Pois essa vida não está sopa

E eu pergunto: com que roupa?

Com que roupa que eu vou

Pro samba que você me convidou?…

(Noel Rosa)

 

Alguns amigos e amantes do samba na cidade do Alegrete – RS,  reuniram-se para falar da importância de ter uma forma de registrar, personalizar e transformar a cidade na referência do samba na região.

Personagens como Huillian Viana, Tica-tica, Vinícius Marçal, Uillian Krug e Celeni Viana começaram a viabilizar a concentração do sonho, o propósito era ocupar o espaço existente e colocar a cidade como o centro do samba raiz da região Fronteira Oeste do Estado gaúcho, foi então que surgiu o projeto “Alegrete Quintal do Samba”.

Esse projeto tem como objetivo promover um resgate, uma verdadeira salvaguarda do samba de raiz e estimular a cultura musical alegretense, que contribui de forma eficaz para a formação dos pilares fundamentais da sociedade atuando como ferramentas e fortalecimento das identidades coletivas e como um poderoso instrumento de inclusão social.

Este evento terá três fases, o lançamento que foi realizado no dia 2 de fevereiro de 2024 no Parque Municipal do Porto dos Aguateiros, a segunda fase do projeto é o concurso ou a união de vários compositores para a composição de um samba em exaltação ao “Quintal do Samba” em outubro, e a terceira no mês de dezembro, o primeiro concurso de marchinha de carnaval, com a primeira parte em dezembro e a final no domingo de Carnaval em 2025.

O projeto inclui  aulas de músicas em local e com recursos captados no futuro e os ministradores serão os músicos que abraçaram a idéia.

O samba de raiz surgiu a partir da cultura negra brasileira, apesar de muitas situações como dentro dos navios negreiros, em que eles não tinham vozes, mesmo assim a cultura raiz e a tradição,  se manteve até os dias de hoje.

Como fala a tradição, as rodas de batuque passaram de geração em geração, com frases e refrões sobre as raízes do povo. Assim foi se formando, com alguns instrumentos como a cuíca, o pandeiro, o tamborim e o surdo, nasceu o samba, que hoje chamamos de “samba raiz”.

Cada geração teve seus sambas que se destacaram:

– Com que roupa? 1930

– Trem das onze – 1951

– Foi um rio que passou em minha vida – 1970

– Canta, canta, minha gente – 1970

– Preciso me encontrar – 1976

 

 

 

 

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

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