O Tradicionalismo gaúcho é uma corrente cultural regionalista formada em torno da exaltação da figura e dos costumes do gaúcho. É chamada de Pilcha a indumentária tradicional, considerada um traje de muita honra e de uso em atos oficiais e especiais. É usando essas roupas que se expressa a tradição, cultura e identidade do gaúcho, simbolizando a memória do pago.
A origem da roupa vem da Espanha, mas cada região possui sua especificidade hoje em dia, sendo resultado da união de influências históricas, sociais e culturais adaptadas à realidade, ocupação e trabalho campeiro.
A Pilcha do gaúcho
Bombacha:
São largas na Fronteira, médias no Planalto e estreitas na Serra, quase sempre com “favos de mel”. Necessariamente de cós largo, sem alças para a cinta e com dois bolsos grandes nas laterais. Em ocasiões festivas tem cores claras, sóbrias e escuras para viagens ou trabalho.
Camisa:
Cores sóbrias ou claras, com padrão liso ou riscado discreto com gola esporte ou social. Mangas curtas para ocasiões informais ou de lazer e longas para eventos sociais-formais.
Lenço:
Atado ao pescoço. Lenço preto só nos casos de luto. Jamais em festas e bailes. Lenço xadrez de branco e preto também é luto (aliviado). Os nós mais conhecidos são: nó de correr, nó de namorado, nó de rodeio, nó cabeça de boi, nó de dois galhos, rapadura
Pala:
Tem origem indígena e serve para proteger contra o frio, sendo de lã ou algodão, e de seda para proteger contra o calor.
Bota:
Marrons, caramelo ou preta. O uso de botas brancas é proibido.
Guaiaca:
Espécie de cinto para guardar moedas, palhas e fumo, cédulas, relógio ou faca,
Colete ou jaleco:
Tecido encorpado (grossinho, ou ainda de lãzinha) com uma só ordem de botões, sem ou com gola pequena, de um só tecido e cor (sóbria), abotoado na frente com uma única carreira de botões, sem fivela de ajuste
Esporas:
“Chilenas” ou “nazarenas” de prata ou de outro metal.
Tirador:
Para lida campeira, sem enfeites.
Chapéu e barbicacho:
Usados como proteção contra o sol. Não é recomendado o uso do chapéu em lugares fechados, como no interior de um galpão.
Faixa:
Tira de pano, preferencialmente de lã, usada na cintura com o propósito de prender a bombacha.
A Pilcha da prenda
Vestido:
Vestido, saia e casaquinho, de uma ou duas peças, com a barra da saia no peito do pé. Pode ser godê, meio-godê, em panos, em babados, ou evasês.
Saia de armação:
Discreta e leve, na cor branca, diferentemente da indumentária típica baiana.
Bombachinha:
Ciroulas na cor branca, de comprimento até os joelhos. Pode ser rendada ou não.
Meias:
As meias devem ser longas, brancas ou beges, para moças e senhoras, admitindo-se as coloridas discretas para as gurias (mirins). As mais maduras podem usar meias de tonalidades escuras.
Sapatos:
Os sapatos (pretos, brancos ou beges) podem ter salto 5 ou meio salto com tira sobre o peito do pé, que abotoe do lado de fora, para moças e senhoras. As gurias (mirins) usarão sapatos com tira sobre o pé, tipo sapatilha. Também podem ser usadas botinhas fechadas atendendo às respectivas descrições.
Acessórios:
Fichu de seda com franjas ou de crochê, preso com broche ou camafeu, xale (especialmente para as senhoras), brincos discretos, anéis (um ou dois), camafeu ou broche, capa de lã ou seda, leque, faixa de prenda ou crachá, chapéu (em ambientes abertos).