Empresas fechando, desempregados surgindo aos milhares, professores e alunos aprendendo em ambientes virtuais e novas oportunidades surgindo
Muita coisa mudou nas nossas vidas esse ano, tivemos que ficar mais em casa, não viajar, proibida as festas e aglomerações, sair o mínimo para a rua, nos cuidarmos cada vez mais, trabalhadores idosos e com comorbidades poderiam ficar em casa, mãe aprendendo a ser professora, aluno aprendendo pela internet, tudo mudou nas nossas vidas. Empresas fechando, desempregados surgindo aos milhares, mas também empresas que precisaram contratar funcionários. Conheceremos mais histórias de vidas na pandemia.
Enio Andrade da Silva
Inspetor da Polícia Rodoviária Federal – Uruguaiana
Enio é inspetor da Polícia Rodoviária Federal de Uruguaiana, há 26 anos. Ele já trabalhou em Rondônia na capital Porto Velho, gostou muito de morar lá, onde ficou por 17 anos, atuou como Médico Veterinário no Ministério da Agricultura.
Nos conta que Rondônia é um estado muito rico, mas que tem uma fronteira muito perigosa, tráfico de drogas, veículos roubados do Brasil pra Bolívia, muito perigoso o trabalho nas fronteiras
Agora trabalhando em Uruguaiana, também fronteira com a Argentina, mas segundo ele um lugar bem mais calmo. Ele diz que com a pandemia diminuiu muito o tráfego de veículos pequenos nas estradas, mas aumentou o números dos veículos grandes, como caminhões. Para entrar em Uruguaiana, o exército intercepta os veículos para a verificação da febre nos passageiros. A fronteira Brasil e Argentina, está fechada para o turismo.
Enio tem 65 anos, poderia com a pandemia, estar em casa trabalhando remotamente, mas ele prefere trabalhar a ficar em casa.
Mãe – Cintia Lopes Dorneles
Aluno – João Pedro Lopes Dorneles – 12 anos
Escola Estadual Eduardo Vargas – 7° ano
“…Filhos, mães e aulas virtuais! Começamos o ano de 2020 com muitas expectativas, sonhos e projetos. Nossos filhos ansiosos para voltarem às aulas, reverem os amigos, conversarem sobre às férias e tudo começou assim.
Meu filho João Pedro voltou às aulas de chula, invernada de danças e gaita. Tudo na normalidade. De repente começou os boatos sobre o COVID-19, o medo apareceu e as restrições também.
Aulas suspensas, tiveram a sala de aula substituída por ambientes virtuais. Recebemos orientações desencontradas e ainda estamos nos ajustando a nova rotina, que não é nem um pouco fácil. João Pedro não aprovou as aulas pela plataforma, tivemos muitos problemas pra nos adaptarmos, mas a escola sempre presente nos dando todo o auxílio, o diretor Ademir nos atendeu inúmeras vezes, assim como o professor Alex e professor Fernando, porque essa plataforma me fez ficar com os cabelos brancos.
Tenho que ficar junto com ele nas tarefas, porque são muitas. Hoje me considero mãe, dona de casa, esposa e professora particular, pois tenho que estudar junto com ele, sendo que tem matérias que eu não me lembro de mais nada, tenho que pesquisar e pedir ajuda pra explicar o assunto.
Graças a Deus temos acesso à internet, mas dificuldades sempre temos. Tudo é novo e nesse momento sei das dificuldades de ambos, professores e alunos, mas também tenho noção que o estudo EAD para as crianças, enfraqueceu muito, porque nós mães não temos essa parte pedagógica, esse talento e paciência de ensinar, meu filho me diz: – mãe tu não sabe nada, tu não é professora e eu repondo: – filho estou fazendo o que posso, aprendendo junto contigo.
Às vezes, quase sempre, a falta de paciência existe SIM, não é fácil. Dou muito valor aos professores que conseguem administrar uma turma de 30 alunos, eu ensino só o meu e acho muito difícil.
Em casa eles não se concentram, qualquer barulho ou alguém que chegue, ele já se dispersa, procuramos ter uma rotina, mas não conseguimos.
Eu brinco quando digo que sou mãe de três, pois maridos e filhos, administro a casa, compras no mercado e ainda tem que ter tempo pra estudar com o filho.
Com toda essa pandemia, tantas mortes e sem cura ainda, sou contra a volta das aulas presenciais, meu filho é asmático e do grupo de risco. Não posso pôr a vida do meu maior tesouro em risco. A volta as aulas é uma questão que nem era para ser discutida, crianças são assintomáticas, não sabem se cuidar e também as escolas não terão todo o suporte para recebê-las…”
Veterinária Caverá
gerente – Gaspar Nogueira Junior
“…Por sermos de necessidade essenciais, neste momento de pandemia, felizmente tivemos crescimento nos últimos meses, isso dado pela seca que assolou nossa região, pois não tinha pasto para os animais e como nós temos uma indústria de rações e proteinados para manutenção, engorda de bovinos, ovinos e equinos, nosso faturamento teve um significativo crescimento.
Também tivemos que contratar colaboradores para suprir a necessidade dos nossos clientes, ao contrário de algumas empresas que tiveram que demitir seus colaboradores devido a pandemia…”
Edição: Dulce Maria Rodriguez
Fotos: Reprodução