O 2º Seminário de Estudos Hidrogeológicos das Regiões Urbana e Periurbana de Manaus ocorreu nesta quarta-feira (27/09), conduzido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Serviço Geológico do Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA). O evento teve como objetivo a divulgação de resultados e análises do estudo feito na capital, para inserir a sociedade no debate sobre a preservação dos mananciais subterrâneos.
Com o tema “Subsídios para o Uso Sustentável dos Recursos Hídricos”, as apresentações aconteceram no Auditório Floriano Pacheco, da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no Distrito Industrial, zona sul da capital.
Iniciado em novembro de 2016 e voltado à gestão das águas subterrâneas, o trabalho estendeu-se por 451,33 km2 nas regiões urbana e periurbana da capital. O gerente de projetos da Assessoria de Recursos Hídricos da Sema, Izaías Nascimento, destaca o empenho das equipes na conclusão do levantamento, mesmo no cenário de pandemia.
“Esse é um dos maiores avanços que temos dentro da Política Estadual de Recursos Hídricos desde 2001. A cidade de Manaus foi escolhida para este estudo porque desconhecíamos as características e o comportamento destes lençóis freáticos, mesmo estes abastecendo grande parte da população local”, ressaltou, durante o evento.
O principal resultado deste estudo é a caracterização local do Sistema Aquífero Alter do Chão, o maior aquífero subterrâneo do mundo. A extensão da pesquisa permitirá a produção de mapas temáticos (hidrogeológico, hidroquímico, potenciométrico e de transmissividade) do modelo conceitual e matemático de funcionamento do aquífero, bem como suas interações com as águas superficiais.
Além do mapeamento, a observação buscou a avaliação da demanda atual e futura de águas subterrâneas, para fomentar estratégias de manejo sustentável, com foco nos modelos de gestão participativa, integrada e no estabelecimento de mecanismos de proteção das águas subterrâneas. Estas informações vão fortalecer as outorgas de poços tubulares, de maneira mais técnica e menos cartorial.
Para Izaías, o produto final será uma ferramenta para apoiar as futuras tomadas de decisões estratégicas e para a preservação dos mananciais subterrâneos. “Esse estudo será um grande marco para o avanço da gestão das águas subterrâneas no Estado”, completou.
O estudo hidrogeológico contou com a participação da Comissão Técnica de Acompanhamento e Fiscalização (CTAF), constituída para avaliar e acompanhar o desenvolvimento dos estudos juntamente com a ANA. A comissão possui, em sua composição, representantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Concessionária de Saneamento Águas de Manaus, Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH/AM), e dos órgãos reguladores de meio ambiente, recursos hídricos e saneamento.
FOTOS: Noir Miranda / Sema