Em entrevista exclusiva para o Portal Agro Floresta Amazônia, Petrucio Pereira de Magalhães Júnior, de 45 anos, o secretário da Sepror (Secretaria de Estado de Produção Rural), informou sobre as ações da secretaria e avaliou os seis primeiros meses de 2020, mesmo com a pandemia do novo Coronavírus.
Carreira
O secretário nasceu em Benjamim Constant, é engenheiro agrônomo formado pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas) com mestrado em Agricultura e Sustentabilidade na Amazônia. Advogado com especialização em direito público pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA). É também Ex-superintendente e ex-presidente das Organizações das Cooperativas Brasileiras do Amazonas.
Entrevista
Agro Floresta- Durante a pandemia, a secretaria apresentou várias ações que demonstrou que o setor primário, mesmo como dificuldades, não parou. A qual fator você associa essa força econômica que vem das famílias de produtores?
Petrucio Magalhães- De fato, a orientação do Governador Wilson Lima foi focar nas ações da saúde e salvar vidas, mas também o governo se preocupou com as dificuldades econômicas do cidadão, principalmente, o autônomo e os que perderam o emprego durante a pandemia. Aliado a tudo isso o risco de desabastecimento de alimentos foi uma preocupação nossa. Daí surgiram as ações integradas do Sistema Sepror (Idam, Adaf e ADS), garantindo a compra dos agricultores familiares, produtores rurais, piscicultores, pescadores e demais atores do setor primário com doação as pessoas em vulnerabilidade social, por meio da Seas, Sejusc e FPS. Foram milhares de toneladas de alimentos doados que permitiram atividade econômica e ao mesmo tempo ação social solidária.
Agro Floresta- Qual a sua avaliação nesses primeiros seis meses de 2020. Poderia ser melhor para o setor? Em que sentido?
Petrucio Magalhães – Sim, ninguém esperava por essa pandemia, nossos projetos estavam prontos. Tivemos que rever o orçamento e adequá-lo a nova realidade da economia do estado. Mas o Agro não parou um minuto sequer. Trabalhamos muito e a valorização dos produtores rurais está sendo reconhecida pela sociedade.
Agro Floresta- Os interiores têm trabalhado de forma integrada para abastecer as demais cidades, isso se deve pela força tarefa em fazer o escoamento da produção?
Petrucio Magalhães – Temos um estado de dimensões continentais, pouca gente conhece verdadeiramente o nosso interior. O setor primário teve uma participação positiva no crescimento do PIB do estado, o que demonstra sua relevância para economia do Amazonas. Mas está sendo desafiador fazer a logística em tempos de pandemia. Isso demonstra também o compromisso dos produtores rurais com a segurança alimentar e nutricional da população.
Agro Floresta- Quais os projetos da Sepror para os próximos seis meses de 2020? As entregas de fomentos continuarão ou será o momento de apenas colher resultados?
Petrucio Magalhães – O ano não foi perdido, temos muitas ações para o setor. O calendário agrícola de preparo de área para plantio começa agora. Estamos determinados a recuperar o tempo perdido. Estão programados para este ano:
Entrega de 16 caminhões – PAA
Descrição: Tipo baú; Motor de 130 CV/Diesel; vidros e travas elétricas, ar condicionado; tração 4X2 e envelopado.
Os bens serão direcionados, inicialmente, às prefeituras dos municípios de Anori; Atalaia do Norte; Boa Vista do Ramos; Barcelos; Benjamin Constant; Fonte Boa; Ipixuna; Novo Airão; Nova Olinda do Norte; Novo Aripuanã; Pauini; Rio Preto da Eva; Santa Isabel do Rio Negro; Tabatinga e Uarini. Serão destinados a atender as centrais de abastecimentos da agricultura familiar, auxiliando no escoamento da produção naqueles municípios. Convenio Federal MC
Chamamento Público – Aquisição de pescado.
Descrição: disponibilizar o recurso de R$ 300.000 (trezentos mil reais) para a compra de pescado proveniente da Pesca Artesanal que deverá ser doado à população carente.
A aquisição do pescado será feita diretamente com 60 pescadores. O produto adquirido será entregue a aproximadamente 20 mil famílias em situação de vulnerabilidade em cerca de 20 municípios do estado do Amazonas.
Chamamento Público – 13.700 Kits Agricultor Familiar.
Descrição: Composto de sementes de hortaliças (alface, cebolinha, coentro, couve, maxixe e melancia), sementes de fruticultura (mamão e maracujá) e sementes de cereais (milho e feijão).
Serão beneficiados 13.700 agricultores familiares, localizados nos 62 municípios do Estado do Amazonas.
Chamamento Público – 1763 kits Apoio à pesca artesanal
Descrição: Kit contendo: Caixa isotérmica de isopor de 170 litros; facão de 54 cm; Lanterna LED de mão a pilha; Chapéu de palha trançada com aba; Garrafa térmica de 1,8 litros.
Beneficiando 1763 pescadores, em diversos municípios do estado do Amazonas.
Aquisição de 29 Patrulhas Agrícolas (29 Motocultivadores, 29 carretas agrícolas e 29 Sulcadores), para 5 Municípios:
Autazes – 6 patrulhas; Careiro – 6 patrulhas; Manaquiri – 6 patrulhas; Manacapuru – 6 patrulhas; Novo Airão – 5.
Serão diretamente beneficiados cerca de 145 pessoas, e indiretamente beneficiados aproximadamente 725 pessoas.
Convenio Federal MAPA
Chamamento Público – 400 Kits seringueiro.
Cada Kit é composto por 400 tigelas, 400 bicas, 2 facas para sangria, 1 facão, 1 balde e 1 lanterna de cabeça.
Serão beneficiados 400 extrativistas produtores de borracha natural, situados nos seguintes municípios: São Paulo de Olivença, Tefé, Alvarães, Uarini, Maraã, Fonte Boa, Jutaí, Eirunepé, Carauari, Juruá, Itacoatiara, Parintins, Nova Olinda do Norte, Novo Aripuanã, Borba, Manicoré, Humaitá, Boca do Acre, Pauini, Canutama, Lábrea, Beruri, Iranduba, Novo Airão
Agro Floresta- Podemos dizer que o Amazonas “deu uma aula” de como o poder do campo pode ser primordial em tempos difíceis?
Petrucio Magalhães – Sim, e a integração entre o Sistema Sepor e o produtor rural fez toda diferença. Gosto muito da frase “a união faz a força”, e são nesses momentos desafiadores que o Agro sempre reage rápido e mostra seu valor para o desenvolvimento socioeconômico do nosso estado e do Brasil.
Texto: Bruna Oliveira Fotos: Divulgação
