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SEBASTIÃO SALGADO – FOTOJORNALISTA: Amazônia precisa das Forças Armadas para salvar os indígenas da Covid-19

Os militares brasileiros são fundamentais no combate à destruição da maior floresta tropical do planeta

ANTONIO XIMENES
DIRETOR DE REDAÇÃO
 
O mais importante fotojornalista da história brasileira e, provavelmente, do mundo Sebastião Salgado defende que as forças armadas capitaneada pelo Exército brasileiro continuem exercendo o papel de defensores dos indígenas da Amazônia, para evitar o extermínio de uma civilização milenar que vive na floresta tropical mais importante do planeta.
 
“O Exército brasileiro é a mais importante instituição do Estado na defesa dos indígenas na Amazônia e tem mostrado neste tempo de coronavírus que pode salvar as etnias e combater os invasores das reservas existentes no Brasil, especialmente na Amazônia”, afirmou em entrevista exclusiva para a Revista Floresta Brasil Amazônia e o portal www.agroflorestamazonia.com
Sebastião Salgado, junto com sua esposa Lélia Wanick Salgado, editora de sua obra, considerada por especialistas como uma das mais significativas em imagens da memória do planeta e da civilização humana nos últimos 50 anos, representa a vanguarda mundial em defesa da floresta amazônica e dos povos que nela vivem: indígenas, ribeirinhos e populações tradicionais ,permanentemente, ameaçados.

Ele destaca que os indígenas tem imunidade muito baixa e que são vítimas do vírus que devasta o mundo com sua letalidade. No Brasil, mais de 600 indígenas morreram pela Covid-19, e os números podem ser ainda maiores, porque em contato com garimpeiros invasores, grileiros de terras e madeireiros ilegais dezenas de etnias podem estar sendo contagiadas na floresta profunda, onde estão as aldeias. Se não forem assistidas, imediatamente, não sobreviverão.

Lideranças indígenas
 
Até o momento foram registrados casos em mais de 150 etnias. O cacique Yawalapiti Aritana, uma das mais importantes lideranças históricas do Parque Nacional Indígena do Xingu morreu pela covid-19.
“Aritana era uma liderança regional muito respeitada e sua morte foi uma perda enorme. Eu o conhecia. Felizmente, o cacique Raoni Metuktire dos kayapo está vivo, pois ele, aos 90 anos, é a maior liderança indígena mundial que o Brasil tem”, disse Sebastião Salgado.
O fotojornalista defende toda uma sociedade ancestral que soube manter o bioma amazônico em seu estado natural; mesmo que a destruição provocada pelas queimadas, garimpos ilegais, desmatamentos criminosos estejam devastando o maior patrimônio ambiental e biológico do Brasil.
 
“A floresta tem um valor incalculável e com sua biodiversidade e os conhecimentos dos indígenas se pode conseguir riquezas naturais para os brasileiros e para o mundo, que podem mudar a forma de viver, a partir da sustentabilidade”, salientou.
Ele destaca “que a espécie humana depende da floresta amazônica, e o Brasil, que é soberano em seu território, precisa salvar este tesouro biológico, ambiental, humano e cultural e tem que ser já”.
 
Salgado salienta “que no combate à pandemia da Covid-19, o Exército tem feito um trabalho extraordinário assistindo às populações indígenas, nas áreas mais isoladas da Amazônia. Um exemplo que o Brasil pode virar o jogo da destruição pela preservação consciente, de um dos maiores patrimônios naturais dos brasileiros e da humanidade”.
 
“Eu, como brasileiro, e junto com minha mulher, lançamos com outras autoridades mundiais um manifesto em defesa da floresta amazônica e de seus indígenas, para que o Estado brasileiro atue com mais intensidade em todas as esferas na defesa deste patrimônio que está em risco permanente”, destacou.
Villas Bôas
 
Sebastião Salgado, que reconhece no general Villas Bôas, uma das referências do Exército Brasileiro, disse que a preservação da floresta contra os crimes ambientais, também passa pela ação das forças armadas, como a que se tem visto no momento com a Operação Brasil Verde 2 (que combate queimadas, desmatamentos e grilagens de terras na Amazônia).
Ele alerta que há riquezas extraordinárias na floresta amazônica e que mantê-las requer um esforço do Estado brasileiro e da sociedade organizada, para permitir que as próximas gerações possam desfrutar deste patrimônio inigualável em biodiversidade, fauna, flora, cultura e antropologia humana com os indígenas e as populações tradicionais da Amazônia.
 
Livro
 
Sebastião Salgado sabe muito bem do que fala, quando o assunto são os povos indígenas e a preservação da maior floresta tropical do planeta. Há 7 anos ele vem trabalhando em um livro que será lançado em abril do próximo ano, e nele traz imagens inéditas da natureza e dos indígenas da Amazônia.

A obra AMAZÔNIA, VIVA E ETERNA é um dos mais extraordinários trabalhos de fotojornalismo da região e apresenta a essência e a gênese da ancestralidade da floresta e dos povos nativos.

Edição: Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Sebastião Salgado e arquivo

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