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Sabia que os “tropeiros” tiveram uma grande participação na formação do Rio Grande do Sul e do Brasil, e o trabalho era duro, às vezes demoravam quase um ano para chegarem ao destino

 

Os primeiros tropeiros que enfrentaram uma viagem longa foram comandados pelo português Cristovão Pereira de Abreu, na qual virou o patrono do tropeirismo no Brasil.

Tropeiro, condutor de tropa, arrieiro ou bruaqueiro é como eram chamados os condutores de tropas ou comitivas de muares e cavalos entre as regiões de população e os centros consumidores no Brasil, no sul são conhecidos como carreteiros devido às carretas com as quais trabalhavam.

Os primeiros tropeiros foram de Ouro Preto (MG) a laguna (SC), eram 130 tropeiros, 3200 animais e duraram 18 meses essa tropeada.

 

Durante as viagens os tropeiros usavam uma bota de couro alta até os joelhos, para protegerem as pernas de espinhos e animais peçonhentos, usavam um tipo de poncho ou pala por cima para suportarem o frio. Tinham sempre um punhal e uma arma de fogo junto com eles.

Em dias de festas eles usavam roupas melhores e enfeitavam seus cavalos com arreios lindos e esporas de prata.

Durante esse tempo os escravos e os índios ajudavam os tropeiros a não se perderem pelo caminho e a evitar tribos inimigas, muitos deles tinham que fazer o percurso a pé e a presença feminina não era muito encontrada nessa empreitada.

Os muares (mulas) suportavam melhor o calor, pois possuem melhor resistência física, chegam a andar 40 quilômetros por dia, agüentam mais peso que o cavalo e têm a sola do casco mais côncava e fechada, apropriada para terrenos pedregosos e são mais suscetíveis a doenças pelo caminho.

O Império brasileiro para autorizar a abertura da Rota dos Tropeiros exigiu receber impostos da nova atividade. Por isso estabeleceu na época pelo menos três pedágios no trajeto: no rio Pelotas (entre SC e RS), no rio Iguaçu e em Sorocaba, onde era cobrado um total de 20% do valor do gado conduzido.

Os tropeiros além de conduzir o gado eles levavam e traziam mercadorias para os povoados. Eles prestavam uma importante contribuição ao desenvolvimento das regiões por onde passaram e foram responsáveis pela integração econômica e cultural no Rio Grande do Sul e em outros estados.

Lidavam com as tropas de gado, cavalos, mulas e outros, foram longos percursos atravessando as fronteiras do RS, Argentina e Uruguai. No RS eram 5 ou 6 cavaleiros que conduziam os animais, dormiam ao relento, o principal alimento era o churrasco feito no fogo de chão ou o arroz de carreteiro, feito com charque.

Tinha o tropeiro autônomo que viajava sozinho ou com um parceiro, sua meta não era lidar com grandes tropas, mas ganhar a vida negociando cavalos e mulas. Ele comprava os animais por um preço bem baixo e vendia pelo dobro do valor. Os carreteiros tiveram papel importante, porque transportavam mercadorias da colônia para a cidade e vice-versa. As carretas transportavam feijão, milho, banha, farinha, arroz e outras mercadorias.

 

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

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