O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de dezembro de 2020, no que diz respeito alimentação no domicílio, registrou aumento de 18,16%, provocado pela pandemia de Covid-19 e alta do dólar
A família Rebouças, antes da pandemia, fazia unicamente uma refeição em casa. Com o confinamento pelo novo coronavírus, as refeições no lar aumentaram consideravelmente, junto as despesas. Para o café da manhã, almoço, janta e dois lanches de quatro pessoas, foi necessário destinar 20% a mais da renda mensal.
Assim como a família Rebouças teve aumento em suas despesas em alimentação, o mesmo aconteceu com a maioria dos brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o item “Alimentação em domicílio” terminou 2020 com maior taxa de inflação em 18 anos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro de 2020, divulgado nesta semana, no que diz respeito alimentação no domicílio, registrou aumento de 18,16%. Foi a mais forte taxa desde 2002 (21,59%), informou o IBGE.
No ano passado, a alta de 14,09% nos preços de alimentos e bebidas pesou no bolso dos brasileiros. O gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, explica que esse crescimento foi provocado, entre outros fatores, pela demanda por esses produtos, a alta do dólar e dos preços das commodities no mercado internacional.
Foi um movimento global de alta nos preços dos alimentos, num ano marcado pela pandemia de Covid-19
Principais aumentos
Os preços do óleo de soja (103,79%) e do arroz (76,01%) dispararam no acumulado do ano passado. Outros itens importantes na cesta das famílias também tiveram altas expressivas, como o leite longa vida (26,93%), as frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).
Os alimentos, que em anos anteriores haviam contribuído para que a inflação ficasse abaixo do piso da meta, em 2020, inverteram a tendência nesse último ano.
Texto Dulce Maria Rodriguez
Fonte: IBGE
Fotos: Reprodução