Produtores rurais de Manacapuru atingidos pela cheia recebem cestas alimentícias do Senar/AM

Manacapuru entra na rota do Programa Agro Fraterno sendo beneficiada com cestas para moradores de comunidades ribeirinhas. 

Secretário de assistência social e a superintendente do Senar entregando cesta para moradora

Em 2021 está acontecendo a maior cheia já registrada no rio Solimões, a beleza de ver tanta água é exuberante, mas há um lado não tão bonito por trás dessa cheia.

Em Manacapuru foram distribuídas mais de 500 cestas básicas para ribeirinhos produtores rurais afetados pela maior enchente nos últimos 120 anos.

A cidade está situada às margens do rio Solimões, a 93 quilômetros de Manaus. Até agora já foram construídas 15 km de pontes de madeira pela cidade e 40% da população está precisando de ajuda, inclusive as comunidades ribeirinhas onde mais de 6 mil famílias foram afetadas pela cheia.

Pontes de madeira construídas pela cidade

Foi com o intuito de levar essa ajuda que o Senar em parceria com a prefeitura local entregou cestas alimentícias nos dias 17 e 18, para cerca de 12 comunidades da Costa do Pesqueiro, na Canabuoca I, II e III, na Ilha do Supiá, na Costa do Ajaratuba e no Supiázinho. Mesmo sem terra firme nessas comunidades, foi possível encontrar tudo muito bem organizado para a entrega das cestas, seja em barcos, escolas flutuantes e em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) construída acima do nível do rio. Os moradores aguardavam ansiosos pelo benefício.

“A cesta venho no momento certo, ainda mais agora que estamos no alagado e não tem estrutura para trabalhar. A gente tem um pouco de dificuldade (para sair de casa), quase a gente não está saindo devido essa doença, ficamos mais dentro de casa, não temos para onde ir e a água está chegando no assoalho”, contou a produtora rural Eline Gomes acompanhada dos três filhos pequenos.

A ação é conhecida nacionalmente como Agro Fraterno, que é liderada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a entidades do Instituto Pensar Agro (IPA) e tem o objetivo de ajudar as famílias de trabalhadores e produtores rurais em situação de insegurança alimentar, atingidas pela grave crise gerada pela pandemia da Covid-19 e as enchentes dos rios, no caso do Amazonas.

“É uma grande satisfação fazer parte desse programa Agro Fraterno, que surgiu como uma iniciativa do setor agro, capitaneada pelo nosso presidente da CNA, Dr. João Martins que com seu olhar voltado ao produtor rural, às comunidades ribeirinhas e aos trabalhadores rurais em geral com risco alimentar tomou essa iniciativa. Aqui no Amazonas, através do Sistema Faea/Senar, o nosso presidente Muni Lourenço alinhado com o nosso presidente nacional tomou essa iniciativa e está nos proporcionando estarmos aqui em Manacapuru, um município muito afetado pela cheia”, comentou a superintendente do Senar/AM, Jeyn’s Martins Alves.

Jeyn's Martins entre o prefeito e a vice prefeita de Manacapuru

A ação começou no dia 2 de junho, no município de Iranduba, seguiu na semana seguinte para Autazes e agora chegou em Manacapuru, o prefeito da cidade comentou a respeito.

“A realidade que o Amazonas enfrenta com a grande cheia mostra que precisamos de muita ajuda. Agradeço ao Senar, a toda essa equipe maravilhosa que se dispôs a estar aqui trazendo essa ajuda humanitária. Dá para se perceber que o momento é tão difícil e muito complexo na nossa região ribeirinha.Para se ter uma ideia nós estamos conseguindo atender em comunidades totalmente alagadas dentro de um barco, mas tambem em casas e escolas flutuantes. Mas, no geral atendemos dentro das embarcações”, afirmou Beto D’angelo.

Manacapuru ainda é considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como uma cidade de médio porte, com isso recebe dos governos federal e estadual apenas o básico para manter a população carente, mas segundo o secretário de Assistência Social, Rosinaldo Cavalcante, a cidade já atingiu a marca de mais de 120 mil habitantes e já pode ser considerada de grande porte. Assim pode receber mais para oferecer assistência para mais de 60 mil pessoas que estão cadastradas no Cadastro Unico, com cerca de 18 mil pessoas em estado de extrema pobreza.

Secretário de assistência social e a superintendente do Senar entregando cesta

“Quero agradecer a ajuda que a população estava carente, necessitada desse rancho. É uma ajuda abençoada, que todos nós necessitamos. Porque nós que moramos aqui perdemos produções, como milho, mandioca, banana e assim a gente perde e não tem como arrecadar de novo”, disse Ernanes Rodrigues, líder de uma das comunidades beneficiadas. 

A expectativa é de que ao final deste mês, 4.000 famílias sejam alcançadas no Amazonas, o próximo município a ser beneficiado será o de Itacoatiara.

Fotos: William Rezende

Post Author: Victória Rosas

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