Cooperativas e agricultores investiram em divulgações nas redes sociais e nas vendas on-line, saiba
O mercado de flores vem se recuperando após o baque causado pela pandemia do novo coronavírus, que diminuiu drasticamente a demanda. Com a suspensão de grande parte das atividades coletivas, cooperativas e agricultores buscaram alternativas para recuperar o prejuízo, investindo em divulgações nas redes sociais e nas vendas on-line.
“Várias ações foram tomadas pelo setor para enfrentar a crise. Entre elas, a venda por aplicativos, mas principalmente também via redes sociais, ou seja, divulgação via WhatsApp,” explica o diretor do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Renato Opitz.
Por causa da quarentena, outra ação do setor foi a realização de campanhas para divulgar a importância das flores e plantas ornamentais para melhorar o ambiente e trazer mais alegria e beleza para as residências e locais de trabalho.
Durante os primeiros meses da quarentena, o setor teve prejuízo de 90% nas vendas. O diretor conta que as vendas foram se recuperando aos poucos e, agora estão chegando a um patamar próximo ao do ano passado. “Infelizmente, isto não significa que os prejuízos nos meses anteriores foram recuperados,” enfatizou.
Os produtores tiveram que descartar parte de sua produção, principalmente nos primeiros meses de pandemia, pois não havia mercado para estas flores, com especial destaque para as flores de corte, devido ao cancelamento dos eventos como casamentos, festas e até velórios.
Sem demanda
Renê Vernoy trabalha com o ciclâmen, planta de vaso com flores exuberantes e coloridas, além de hibisco, em Holambra (SP). Por causa da pandemia, as vendas do ciclâmen despencaram e ele foi obrigado a demitir 5 funcionários. Com a retomada das vendas, ele conta que conseguiu recontratar os funcionários.
“No começo da pandemia, perdi grande parte da produção de ciclâmen. No mês de março faturamos 32% a menos do normal, 42% em abril e 22% em maio. Em junho, começamos a recuperar as vendas, especialmente no Dias dos Namorados, com as ações de marketing em conjunto com a cooperativa,” comentou.
O mercado de flores retomou suas atividades duas semanas antes do Dia das Mães, com o trabalho realizado em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Ibraflor, o que valorizou ainda mais o setor de flores e plantas ornamentais nesse momento de reabertura gradual do comércio.
Foco no meio digital
“Hoje o setor se reinventou e estamos vendendo mais no meio digital, ofertando os produtos 24 horas por dia, ou seja, a população pode comprar a qualquer hora,” conclui Renê Vernoy.
O setor de flores foi um dos beneficiados pelo pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo federal no início de abril, para minimizar as dificuldades dos produtores rurais devido à pandemia.
Além da prorrogação das amortizações de financiamentos de custeio e de investimentos, os pequenos produtores, principalmente os de flores, hortifrútis, leite, aquicultura e pesca, passaram a ter acesso a linhas especiais de crédito. As medidas foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atendendo a pedido da ministra Tereza Cristina em socorro aos produtores rurais prejudicados.
Segundo o diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa, Luis Eduardo Pacifici Rangel, as medidas de apoio ao setor de flores também incluíram a sugestão de protocolos de segurança para estados e municípios para o funcionamento dos Garden Centers.
“Isso aconteceu a tempo para garantir as vendas nos dois feriados mais importantes para o setor, que são o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. Hoje já temos um certo equilíbrio, passada a fase aguda da parte econômica da pandemia, já temos percebido a retomada do setor”, explica.
Texto com informação da Assessoria do MAPA
Fotos: Reprodução