Produção do pirarucu registrou mais de 2,8 mil toneladas

As áreas manejadas consistem em seis unidades de conservação estaduais e cinco federais, além de 20 acordos de pesca e quatro terras indígenas, que correspondem, no total, a 22 municípios do Amazonas, conforme o Idam

O pirarucu (Arapaima gigas) está entre os peixes mais apreciados do Amazonas e a experiência revelou que é possível conciliar a conservação da espécie com seu uso produtivo, gerando resultados sociais, ecológicos e econômicos.

A pesca manejada ajudou a aumentar o estoque natural da espécie sendo que os manejadores realizam a vigilância dos lagos para preservar inibir a pesca ilegal.

Conforme o último levantamento do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) em 2019, a produção do pirarucu registrou mais de 2,8 mil toneladas. Desse total, os municípios da sub-região Jutaí/ Solimões/ Juruá produziram juntos 1,7 mil tonelada, representando 63% da produção total.

Para realizar a atividade de manejo do pirarucu, é necessário que os pescadores estejam organizados em grupos (associações, sindicatos ou colônia de pescadores) e devem possuir estruturas para contagem, captura, transporte e beneficiamento do pescado. O peixe é comercializado na forma de manta fresca que pode ser congelada, defumada ou seco-salgada.

Atualmente, as áreas manejadas consistem em seis unidades de conservação estaduais e cinco federais, além de 20 acordos de pesca e quatro terras indígenas, que correspondem, no total, a 22 municípios do Amazonas

Produção 

Segundo dados consolidados do  manejo do pirarucu  2017-2018 da Secretaria de produção Rural (Sepror) a produção foi 2.491,67 toneladas, sendo que em 2019 registrou 2,8 mil toneladas o aumento foi de 309 toneladas.

Entretanto, o manejo é um processo dinâmico em constante evolução. Para que o manejo continue a atender ao princípio social, aumente o faturamento e a renda é fundamental que haja controle, monitoramento e avaliação.

“Com a análise constante, é possível identificar as potencialidades e as fragilidades do grupo e traçar estratégias para se trabalhar as vulnerabilidades de cada sistema”, disse o Instituto Mamirauá que executa projetos de manejo de pirarucu em Mamirauá e Amanã.

A estratégia

Para o diretor-presidente do Idam, Valdenor Cardoso, o pirarucu manejado é a pérola do setor primário, do extrativismo moderno e sustentável. “A atividade tem sido responsável pela recomposição do estoque natural da população do pirarucu e ao mesmo tempo, pelo aumento da oferta do pescado destinado à comercialização”, destacou o presidente, ao enfatizar que o pirarucu está na trilha do açaí e logo irá ganhar mercados nacional e mundial.

Conforme Valdenor, o Idam está trabalhando fortemente para identificar investidores nacionais que queiram processar o pirarucu próximo das áreas de pesca. Segundo ele, a instalação de agroindústrias de processamento, nessas áreas, seria a forma mais rápida de agregar valor à produção. “Todo esse trabalho deve ser realizado em parceria com a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura (Sepa/Sepror), da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e com o setor privado”, disse.

De acordo com o gerente de Apoio à Aquicultura e Pesca do Idam, Daniel Borges, nas áreas onde já estão sendo realizadas a pesca do pirarucu, o Idam vai apoiar as entidades na elaboração do relatório de pesca. “Vamos prestar todo apoio possível na elaboração de projetos e relatórios de pesca. A ideia é reduzir os custos para os manejadores e intensificar a assistência técnica pesqueira através do apoio na construção de acordos de pesca e ordenamento pesqueiro”, explicou.

diretor-presidente do Idam, Valdenor Cardoso

Assistência técnica

O Idam anuncio que está intensificando a assistência técnica através da regularização de pescadores, apoio na formação de organizações comunitárias e emissão de documentos essenciais para acesso às políticas de subvenção federal e estadual.

A exemplo do Cartão do Produtor Primário (CPP), emitido pelo instituto, que permite aos pescadores/manejadores ter acesso ao documento que possibilita a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na compra de insumos, apetrechos de pesca e demais equipamentos utilizados na atividade, além de descontos na energia elétrica.

A subvenção 

Atualmente, existe a subvenção gerenciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde o valor de referência do pirarucu é de R$ 7,83 o quilo.

Já a subvenção do pirarucu decretada pelo Governo do Amazonas, no início deste ano, foi de R$1,00 para cada quilo comercializado. O valor será repassado pela ADS aos manejadores do Amazonas.

Texto Dulce Maria Rodriguez com informação do Idam

Fotos: Divulgação

Post Author: Agro Floresta

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