Produção de laticínios no Amazonas não estagna, mas modelo de produção aliado à estudo pode alavancar setor

A atividade de produção de leite e derivados é de grande relevância econômica para o setor primário no Amazonas. O seu perfil é de possuir uma grande quantidade de pequenos produtores e por gerar renda e oportunidade de emprego para muitas famílias dentro da agricultura familiar.

Desafios diários

O médico veterinário e técnico na pecuária de leite e corte, Emílio Afonso, do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas), explica que o mercado amazonense precisa estar atento às mudanças atuais no cenário econômico e de produção.

“Para que estes pequenos produtores venham a ter êxito neste negócio, precisam atender as diversas mudanças atuais na conjuntura agro-econômica do negócio de leite e derivados, pois existe a necessidade de especialização e profissionalização destes produtores e dos técnicos envolvidos”, explica.

No Amazonas existem grandes exigências por parte das legislações ambientais. A produção de leite e derivados continuam na mesma área explorada, ou seja, não se pode aumentar a área hoje utilizada para produção.

O veterinário e especialista explica sobre a produção no Amazonas

“Para isto, precisamos nos especializar em aprender a produzir alimentação volumosa e concentrada para estes animais. Precisamos investir na aquisição de animais mais produtivos; em sanidade, no bem-estar animal e no constante melhoramento produtivo e morfológico da genética dos mesmos”, enfatiza o veterinário.

Tudo isso, de acordo com o especialista, levando em consideração as características de clima, temperatura, umidade relativa do ar, resistência aos parasitas internos e externos. Há também investimentos no treinamento de colaboradores, em instalações, máquinas, equipamentos e utensílios apropriados para esta atividade.

A produção não para

O empresário Renato Gomes Pereira, dono da Fábrica de Laticínio Matupi Ltda., em Manicoré, no Sul do Amazonas, explicou que mesmo na pandemia não houve a estagnação da produção de derivados do leite no Amazonas.

“Com relação a produtores em laticínio nós temos 150 cadastrados na empresa. Não fomos atingidos diretamente em matéria de produção. Realmente, em algumas empresas caiu o preço, mas a nossa tem um compromisso com os produtores. Continuamos com o mesmo preço e produzindo mais. As nossas vendas no Estado aumentaram, não houve intervenção. Nossa empresa está fazendo um trabalho diferenciado à pronta entrega e a nossa meta está batida”, afirmou.

Adaptação

Emília traz à luz uma velha e importante discussão sobre a produção no Estado, levando em consideração que o aprendizado mais em conta é a cópia e adaptação do que gera emprego, renda e lucratividade.

“Há regiões parecidas com a nossa. Hoje em nosso estado, verificamos também a existência de produtores que investiram em animais especializados, em prepararem alimentação volumosa e concentrada de qualidade e em quantidade, sanidade, bem-estar animal, instalações adequadas e no melhoramento genético. Esses animais são especializados em produção leiteira como os bovinos das raças ‘Girolando’, ‘Gir Leiteiro’, ‘Sindi Leiteiro’, ‘Guzerá Leiteiro’ e ‘bubalinos leiteiros das raças Murrah’, outras no sistema de produção na várzea e terra firme”, explicou.

O Amazonas conta com animais ‘Girolando’ produzindo em média de 18,6 quilos de leite por dia, por animal. Uma produção de 29 quilos de leite por hectare. Propriedades como estas produzem quase cinco vezes acima da média dos produtores de leite do Amazonas.

“Esses produtores com foco na especialização da produção leiteira, investem forte nas boas práticas agropecuárias na produção do leite e boas práticas na fabricação dos derivados, treinamento e manutenção do emprego e a renda de seus colaboradores, para que no final obtenham uma satisfação positiva no negócio”, finalizou Emílio.

Texto: Bruna Oliveira  Fotos: Reprodução e Divulgação 

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