A castanha-do-pará, também conhecida como castanha-do-brasil, é uma semente nativa da Amazônia de grande importância econômica e nutricional. Rica em selênio, gorduras saudáveis e outros nutrientes essenciais, ela é apreciada tanto em sua forma natural quanto em diversos produtos derivados.
Produção Nacional
O Brasil é um dos principais produtores mundiais de castanha-do-pará, com destaque para os estados do Amazonas e Pará. No Amazonas, a produção alcançou 11.291 toneladas, provenientes de 51 municípios, sendo Tapauá (1.800 toneladas), Tefé (1.530 toneladas) e Boca do Acre (1.170 toneladas) os maiores produtores . Já no Pará, municípios como Óbidos, Oriximiná e Alenquer registram os maiores volumes de produção, especialmente em áreas protegidas.
Derivados e Aplicações
Além do consumo in natura, a castanha-do-pará é utilizada na produção de diversos produtos, agregando valor e diversificando o mercado. Entre os derivados estão:
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Óleo de castanha: utilizado tanto na culinária quanto na indústria cosmética, devido às suas propriedades nutritivas e hidratantes.
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Farinha de castanha: empregada na elaboração de produtos alimentícios, enriquecendo-os nutricionalmente.
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Leite de castanha: alternativa vegetal ao leite animal, sendo objeto de estudos para aprimoramento de sua conservação e qualidade.
Pesquisas também exploram a produção de produtos semelhantes ao chocolate a partir da castanha-do-pará, ampliando ainda mais suas possibilidades de uso.
Desafios e Oportunidades
Apesar do potencial, a cadeia produtiva da castanha-do-pará enfrenta desafios, como a necessidade de diversificação dos produtos derivados, agregando valor à produção e ampliando mercados. Iniciativas que promovam a capacitação dos extrativistas e o fortalecimento de cooperativas são fundamentais para o desenvolvimento sustentável do setor.
Em termos de mercado internacional, o Pará exportou cerca de 2 mil toneladas de castanha-do-pará em 2024, uma redução de 20% em comparação a 2023. No entanto, o aumento dos preços resultou em um faturamento de aproximadamente 16 milhões de dólares.
A valorização dos produtos derivados da castanha-do-pará, aliada a práticas sustentáveis de manejo e produção, apresenta-se como uma estratégia promissora para fortalecer a bioeconomia amazônica, gerar renda para as comunidades locais e consolidar a presença brasileira no mercado global de produtos naturais.
Texto: Beatriz Costa
Fotos: Reprodução