Ela planta rosas e cravos. Vive de vender flores em sua cidade da fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
Casada com o capataz da Estância Azul, que tem o talento de domar potros, a florista sente-se em dois mundos: o da delicadeza e da violência da doma.
Alta para a média das outras mulheres da região, tem os olhos e os cabelos negros, e a pele morena das índias charruas, mostrando sua ascendência.
Dela dizem que é rápida com uma faca, desde que em uma marcação castrou dez touros.
Sua fama é de uma mulher capaz de tudo, e que plantar flores é uma terapia para não deixar sair dela a ferocidade que carrega.
Outro dia a vi bebendo uma taça de vinho de uma garrafa de Bella Union da uva Tannat, no rótulo estava escrito Sangue da Fronteira.
Antonio Ximenes, Diretor de Redação
Manaus, Amazonas