Em um discurso contundente no plenário, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) acusou o Canadá de explorar potássio em terras indígenas e, ao mesmo tempo, financiar ONGs para impedir a exploração das ricas jazidas do minério no Amazonas, sob o pretexto de proteger populações indígenas brasileiras. Valério afirmou que essa prática contribui para a pobreza extrema na Amazônia e aumenta os custos da produção agrícola no Brasil.
Segundo o senador, aproximadamente 600 mil pessoas de origem indígena no Canadá participam da produção de potássio exportado para o Brasil. Entretanto, organizações estatais e ambientalistas canadenses destinam recursos a ONGs que usam indígenas brasileiros como instrumento para boicotar a exploração do potássio em Autazes, Amazonas. Há anos, essas ONGs, com o apoio do Ministério Público, impedem a exploração sob a alegação de que impactaria terras indígenas não demarcadas, causando grandes perdas econômicas ao Brasil.
O Brasil, maior importador de adubos e fertilizantes do Canadá, gastou em 2021 US$ 15,136 bilhões na compra desses insumos, um aumento de 89% em comparação a 2020. Em 2022, o gasto aumentou para US$ 24,7 bilhões, representando um acréscimo de 78,3%. Atualmente, o país importa 86% dos adubos e fertilizantes que consome, devido à ação de ONGs financiadas por países como Canadá e Noruega, que impedem a exploração das reservas nacionais.
“O Canadá, onde mais de 600 mil indígenas exploram potássio, manda o produto para o Brasil. Aqui, nossos indígenas não podem fazer absolutamente nada. São usados como instrumento de arrecadação de dinheiro por hipócritas que dizem protegê-los. Os indígenas não têm documentos, não podem plantar, colher ou obter financiamento”, protestou Plínio.
Há nove anos, ações judiciais impedem a exploração das reservas de potássio em Autazes, sob a alegação de que prejudicariam populações indígenas brasileiras. Valério argumenta que essas terras não são indígenas e que a população local vive em condições de extrema pobreza, agravadas pelo alcoolismo e pela falta de oportunidades econômicas.
“O potássio comprado do Canadá viaja por aproximadamente 107 dias até chegar às fazendas brasileiras. Se utilizássemos o potássio nacional, a viagem seria de apenas cinco dias da mina até a fazenda”, concluiu Plínio, destacando a vantagem logística e econômica de explorar as reservas nacionais.
Valério criticou a utilização de indígenas como desculpa para impedir o desenvolvimento econômico na Amazônia, e pediu uma revisão das políticas que limitam a exploração dos recursos naturais da região.