O projeto de criação da Zona Especial para o Desenvolvimento Agropecuário dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia (Amacro) e o bionegócio terão destaque nas ações da Suframa em 2021
Em entrevista exclusiva ao portal www.agroflorestamazonia.com o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Algacir Polsin, falou que as expectativas para o próximo ano são ainda mais positivas, com destaque para metas como a definição da personalidade jurídica do Centro de Biotecnologia da Amazônia – Suframa (CBA) e a sua transformação efetiva em órgão que promova o Bionegócio.
1-Agroflorestamazonia: Quais serão as prioridades da Suframa para 2021?
-Superintendente: A criação da Zona Especial para o Desenvolvimento Agropecuário dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia (Amacro) norteará as ações da programação conjunta entre dirigentes e técnicos da Superintendência da Zona Franca de Manaus, Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Banco da Amazônia S.A. (Basa) e a equipe técnica da Embrapa Territorial.
O projeto da Amacro apresenta três pilares básicos: regularização fundiária, mudança de matriz econômica (no sentido de apresentar novas possibilidades econômicas para a população dessas localidades) e aumento da presença do Estado (o que possibilitaria, assim, o controle mais efetivo do desmatamento).
A proposta descreve as atividades a serem realizadas pela Embrapa Territorial na delimitação e caracterização da região geoeconômica. Após essa etapa inicial, será estruturado um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica-SITE com as análises dos quadros natural, agrário, agrícola, de infraestrutura e socioeconômico dos três estados formadores da Amacro.
Posteriormente, com a participação de representantes dos estados e do setor privado, será elaborada uma Agenda de Desenvolvimento da Amacro, com foco nas prioridades regionais para a diversificação e aumento da produção agropecuária.
Os três estados (Amazonas, Acre e Rondônia) em parceria com o governo federal implementam um modelo piloto que permite o avanço da regularização fundiária para transformar área desmatada em produtiva e sustentável. Se dá valor econômico para a terra degradada, contendo o crime de desmatamento ilegal.
Na primeira semana de março 2021, em Porto Velho, sul do Amazonas, se realizará a próxima reunião.
2-Agroflorestamazonia: No que diz respeito com a Biotecnologia como será promovida no próximo ano?
-Superintendente: Nós vemos um grande potencial da interação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) com os produtores locais aprimorando cada vez mais a Bioeconomia. Nós temos um diferencial muito grande com os produtos específicos da nossa região, e nisso é que queremos avançar.
O CBA terá personalidade jurídica em 2021 e a sua transformação efetiva em órgão que promova o bionegócio. Desta maneira nós temos condições de levar riqueza para aquela região, aumentar a quantidade de empregos diretos para a população, agregar valor aos produtos da terra, e colaborar nesse importante setor econômico que é a Bioeconomia.
Instalado em um complexo com área construída de 12 mil metros quadrados e estruturado principalmente a partir de investimentos feitos pela Suframa, o CBA tem por objetivo criar alternativas econômicas mediante a inovação tecnológica para o melhor aproveitamento econômico e social da biodiversidade amazônica de forma sustentável.
O CBA está dividido em mais de trinta unidades componentes, dentre as quais laboratórios, unidades de apoio tecnológico, unidades de apoio técnico e áreas administrativas, todas dotadas de modernas instalações. O quadro técnico-administrativo do órgão é formado por uma quantidade significativa de colaboradores qualificados, incluindo dezenas de profissionais com mestrado, doutorado ou pós-doutorado.
3-Agroflorestamazonia: Fala sobre a legislação e incentivos para atrair investidores fora da Amazônia?
-Superintendente: Os incentivos estão relacionados às áreas de exceção fiscal localizadas na Amazônia Ocidental e nos municípios de Macapá e Santana no Estado do Amapá. A Zona Franca de Manaus (ZFM), a Amazônia Ocidental (AMOC) e as Áreas de Livre Comércio (ALCs) têm a concessão dos seus incentivos fiscais administrados pela Suframa.
A Suframa é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia.
Estamos com uma proposta que é da preponderância, onde as indústrias têm benefícios pelo pela utilização de produtos regionais e a nossa ideia é expandir, mas ainda não está aprovada.