Os critérios de ESG e o Exército Brasileiro

Os conceitos de ESG (Environmental, Social e Governance) são cada vez mais comuns no meio corporativo. Segundo pesquisa publicada na revista Valor, o Brasil foi o país latino-americano que mais pesquisou pela sigla ESG nos últimos 12 meses e um dos 25 países no mundo que mais buscou pela temática no período. Em pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 95% das companhias brasileiras veem o tema de ESG como prioridade.


Mas o que ESG tem a ver com o Exército Brasileiro? Podemos afirmar que o conceito de ESG está intrinsecamente ligado não só ao Exército, mas também a todo o setor público brasileiro. Para confirmar esta assertiva, basta uma rápida leitura em dois documentos, a
Constituição Federal, que traz em seus princípios fundamentais o respeito à cidadania e à dignidade humana, e a Agenda 2030 do Brasil, que é um compromisso em forma de plano de ação que o Brasil assumiu em um esforço global para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.


Esta agenda foi concebida em setembro de 2015, por representantes dos 193 Estados-membros da ONU que se reuniram em Nova York e comprometeram-se a tomar medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento sustentável nos próximos
15 anos sem deixar ninguém para trás. 

A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. Ela é composta por um conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos. O Exército Brasileiro, por meio do Ministério da Defesa, participou ativamente da elaboração deste documento.

Em linhas gerais, ESG significa usar fatores Ambientais, Sociais e de Governança para avaliar organizações e países em quão avançados estão com a sustentabilidade. Os fatores ambientais incluem, por exemplo, a contribuição de uma organização ou governo para a mudança climática por meio de emissões de gases de efeito estufa, juntamente com o gerenciamento de resíduos e a eficiência energética. Já os fatores sociais relacionam-se à responsabilidade social e ao impacto das entidades em prol da comunidade e sociedade. A governança se refere a um conjunto de regras ou princípios que definem direitos, responsabilidades e expectativas entre os diferentes stakeholders das corporações. 


Um sistema de governança corporativa bem definido pode ser usado para equilibrar ou alinhar interesses entre as partes interessadas e pode funcionar como uma ferramenta para apoiar a estratégia de longo prazo de uma organização.

Nesta perspectiva, em 2021, o Exército aprovou sua Política de Desenvolvimento Sustentável, a qual tem entre seus princípios a promoção do desenvolvimento institucional, social, econômico, político, cultural e ambiental de tal forma a assegurar as necessidades da geração atual sem comprometer as futuras gerações. Alinhado com os mais modernos conceitos de sustentabilidade, esta Política vem a ser um marco no setor público brasileiro, pois confirma o importante papel que o Exército tem na sociedade brasileira.

De forma mais objetiva e prática, em março de 2022, foi lançada a pedra fundamental da nova Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco. Um dos maiores empreendimentos do Exército nas últimas décadas e que tem o objetivo de unificar a formação dos Sargentos de carreira da Força Terrestre. 

Esta escola está sendo concebida à luz dos mais modernos conceitos de sustentabilidade e, consequentemente, recheada de critérios de ESG. Acredita-se que a escola terá a oportunidade de ser um legado nos aspectos sustentáveis, não só para o estado de Pernambuco, mas a possibilidade de ser uma das mais representativas instituições de ensino superior sustentável do Brasil.

Helder de Barros Guimarães
Cel R1. Assessor de Meio Ambiente do CMNE

Post Author: Bruna Oliveira

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