O objetivo é que o produto seja mais valorizado e certificado para que seja vendido mundo afora, e os manejadores recebam dignamente pelo maravilhoso peixe que produzem, disse o secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jorge Seif Junior
Uma comitiva da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) desembarcou, nesta semana, no município de Tefé (a 552 quilômetros de Manaus). O objetivo da visita foi discutir soluções técnicas em parceria para as cadeias produtivas do pirarucu e do jacaré manejados.
A comitiva do Governo Federal foi liderada pelo secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jorge Seif Junior. Segundo ele, o encontro com representantes do Governo do Amazonas visa buscar caminhos, no âmbito federal, para valorização das comunidades de manejadores atuantes nas Unidades de Conservação Estaduais gerenciadas pela Sema.
“Na década de 2000, o pirarucu já estava entrando em colapso, praticamente em extinção e, através do trabalho sério dos Governos Federal e Estadual, essas comunidades fizeram seu dever e as populações se recuperaram. Logicamente que essas comunidades têm muitas demandas que estão nas mãos da Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca, então, estamos levando na bagagem alguns trabalhos de casa para que esse produto seja mais valorizado, certificado e que essas pessoas recebam dignamente pelo maravilhoso produto que produzem”, disse.
O pirarucu de manejo faz parte da política de subvenção econômica do Governo do Amazonas, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS). Para cada quilo comercializado, o pescador terá direito à subvenção no valor de R$ 1, onde o recurso será repassado pela Agência.
Reunião com os manejadores
A equipe desembarcou em Tefé, na quinta-feira (15). Na ocasião, a comitiva realizou visita ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) para conhecer o trabalho desenvolvido com manejo de pirarucu e jacarés na Unidade de Conservação do Estado. Pela tarde, a equipe viajou até a zona rural do município para uma reunião com grupos de manejadores de pirarucu da Comunidade Jurupari.
Durante as visitas, o grupo conheceu a história e o potencial do manejo na conservação dos recursos naturais e geração de renda para as comunidades ribeirinhas. Para o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o encontro é determinante para impulsionar as cadeias produtivas, a partir de um alinhamento estratégico conjunto entre Estado e União.
“Todas as categorias de manejo, que são desenvolvidas em exclusividade nas Unidades de Conservação do Amazonas, têm um grande potencial de geração de renda e também de conservação ambiental para o estado. Então, é um tema que interessa muito: melhorar toda essa estrutura da cadeia produtiva, ter os certificados de inspeção federal para que a gente possa pensar na exportação desse produto, tendo um apoio da Secretaria Nacional de Pesca para entender como esses gargalos produtivos do manejo, até chegar no mercado, podem ser apoiados pelo Governo Federal”, informou.
Na sexta-feira (16), o grupo do Governo Federal seguiu a agenda, no município de Tefé, para acompanhar a despesca do Pirarucu na Comunidade Jurupari. Uma reunião técnica entre representantes da Sema e da comitiva, para a discussão dos próximos encaminhamentos e estratégias de atuação conjunta.
O pirarucu é comparado com o caviar
“Hoje 17/10 comecei o dia em Tefé, onde reuni com o secretário nacional de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif, que acompanhou a pesca manejada do pirarucu no município. Tratamos também sobre o manejo do jacaré, para que a gente possa criar e desenvolver essa cadeia. Fiz questão de visitar a Feira do Pirarucu de Manejo para que o secretário pudesse conversar com nosso produtor. Estamos trabalhando para aumentar o valor agregado dos nossos produtos e gerar mais renda para nosso povo”, publicou o governador Wilson Lima en sua conta na rede social Instagram.
O secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jorge Seif Junior observou: “O pirarucu é uma joia rara, eu o compararia com o caviar, não tem como você vender um produto nobre de manejo sustentável, que estava em extinção, e através do trabalho dos ribeirinhos voltou a sua população, e hoje está superestimado, a tão baixo preço. Queremos certificar esse produto para que ele não seja só vendido em Tefé, mas que seja vendido mundo afora. ”
Fizeram parte da comitiva grupos da Coordenação-Geral de Ordenamento e Desenvolvimento da Pesca Continental do Mapa (CGPC), do Departamento de Registro e Monitoramento de Aquicultura e Pesca (DRM/SAP) do Ministério, de Superintendências Federais de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além de representantes do Núcleo de Pesca da Sema e do Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades de Conservação da Secretaria.
Texto Dulce Maria Rodriguez com informação da Assessoria
Fotos: Divulgação