Óleos Essenciais da Amazônia: Alternativa Natural no Combate a Doenças Tropicais

Com uma infinidade de rios que cortam a imensidão e densidade da floresta, a Amazônia, além de abrigar uma fauna e flora ricas em diversidade, é um local propício para a proliferação de mosquitos transmissores das chamadas doenças tropicais, como dengue, malária e febre chikungunya, entre outras. Essas doenças ainda representam desafios para a saúde pública e, por isso, avanços em ciência e tecnologia são indispensáveis para o combate a essas enfermidades.

 

Com o objetivo de combater essas doenças, foi desenvolvido, em 2021, um estudo no Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI). Nele, foram extraídos óleos e extratos vegetais que demonstraram grande potencial no combate às larvas de mosquitos transmissores da dengue. As plantas utilizadas foram pau-d’angola, canela-de-velho (Piper alatipetiolatum), negramina (Siparuna guianensis) e pau-de-incenso (Tetradenia riparia).

 

Foram realizados testes com os óleos essenciais nas larvas de mosquitos vetores da malária (Anopheles darlingi), do Aedes aegypti (transmissor da dengue) e dos vetores responsáveis pela transmissão da chikungunya e do Zika vírus. A doutora em Ciências Biológicas Rosemary Roque observou uma grande inibição da eclosão dos ovos depositados pelas fêmeas, além de um efeito seletivo que não afeta outros organismos, como peixes, invertebrados aquáticos e o meio ambiente.

 

“Observou-se 100% de inibição da eclosão dos ovos, além de 100% de mortalidade das larvas e pupas. Além disso, os estudos permitiram identificar que os óleos essenciais e os extratos causaram a morte das larvas e pupas após inibirem as funções da enzima acetilcolinesterase, que é responsável pela transmissão dos impulsos nervosos entre os neurônios”, disse a doutora.

 

Para quem mora em zonas de mata, o uso de roupas que cubram braços e pernas é imprescindível para a prevenção das doenças. O uso de repelentes também é recomendado. Já para quem vive em áreas urbanas, é fundamental evitar possíveis criadouros do mosquito, como água parada em vasos, pneus, garrafas e calhas entupidas, além de sempre manter caixas d’água e reservatórios bem tampados.

 

“É importante evitar que a residência se torne um criadouro do mosquito, eliminando a água limpa e parada, que é o local preferencial para a postura dos ovos da fêmea do Aedes aegypti”, completa Roque.

 

 

Texto: Caio Vinícius Vilaça

Foto: Reprodução

Post Author: Beatriz Costa

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