O uso do chapéu faz parte da indumentária gaúcha e da rotina de quem trabalha em estâncias e lavouras aqui no sul do Brasil

 

O tradicionalismo do Rio Grande do Sul é muito forte e resistente, tradição é tudo o que se passa de pai para filho e segue por gerações, esses usos e costumes tão nossos e o chapéu está incluído nessa tradição tão linda que só quem mora aqui no sul sabe o real valor de tudo isso.

O chapéu é uma peça da indumentária gaúcha muito útil, seja para a lida no campo, para proteger do sol e da chuva, ou para aqueles que usam para segurar o cabelo e também para quem usa como acessório.

Antes da chegada do homem branco nas terras brasileiras, o índio não usava qualquer tipo de cobertura para a cabeça, prendiam seus cabelos com fita de couro ou de fibra vegetal, na qual os castelhanos chamavam de vincha. Os portugueses trouxeram com eles dois tipos de chapéu: o de feltro com a copa alta e o de palha que era chamado de “abeiro”.

Após a Guerra do Paraguai a copa do chapéu de feltro vai se achatar,  e a aba do chapéu fica mais larga. Foi tomando a forma que o chapéu campeiro gaúcho ostenta até os dias de hoje, ele pode ser preso pelo barbicacho que passa por baixo do queixo, o barbicacho surgiu pela necessidade de fixar o chapéu à cabeça, durante o ato de cavalgar, principalmente nas galopadas.

 

Mas não basta pegar o seu chapéu e colocar na cabeça, precisa aprender as regras básicas do uso dele, usar corretamente porque é uma forma de expressar respeito dentro do tradicionalismo.

– Nunca use o chapéu dentro de casa, no CTG (Centro de Tradições Gaúchas), igreja, restaurante, lugares fechados, sempre que você for entrar tire o chapéu da cabeça, com exceção nos concursos de invernadas de danças.

– Carregue o chapéu junto ao corpo quando não tiver usando, de preferência com a mão esquerda, virado para dentro.

 – Dentro de trem, ônibus e bondes você pode ficar com ele na cabeça, mas se for sentar é melhor retirá-lo, principalmente se for sentar ao lado de uma dama.

– Ao ar livre deixe o chapéu na sua cabeça, mas se você estiver parado e acompanhado por uma dama, tire-o da cabeça, se for andar coloque-o de volta.

– Se encontrar algum amigo pelo caminho, cumprimente-o levantando a aba ou o chapéu.

Aqui no sul é assim, o tradicionalismo gaúcho vai além das fronteiras do mundo.      

 

“Sou enfim um sabiá que canta

alegre embora sozinho

sou o rangido do moinho

num tom tristonho que encanta

sou o pó que se levanta,

sou terra, sou sangue, sou verso.

Eu sou maior que a história grega

pois sou gaúcho e me chega

pra ser feliz no universo.”

(Marco Aurélio Campos)

 

Escritora

Post Author: Márcia Ximenes Nunes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *