A Universidade Estadual do Amazonas (UEA) foi criada durante o governo de Amazonino Mendes, com o objetivo de ampliar o acesso ao ensino superior para as camadas mais pobres da população. À época, o então Secretário de Educação, Esporte e Lazer do Estado, José Melo, participou do processo de decisão e implementação da instituição.
Diante da impossibilidade constitucional de financiar vagas em universidades particulares, Amazonino Mendes propôs a criação de uma universidade própria, inspirada no modelo paulista, com financiamento do setor empresarial do Distrito Industrial de Manaus. Assim, nasceu a UEA.
O Impacto da UEA na Educação do Amazonas
A criação da UEA foi uma resposta direta à falta de professores qualificados na rede pública estadual e municipal. Antes de sua fundação, muitos docentes lecionavam sem formação específica, comprometendo a qualidade da educação. Com a implementação da universidade, programas como o Proformar garantiram a capacitação de professores em todo o estado, premiando a iniciativa internacionalmente.
Em duas décadas, a UEA contribuiu significativamente para a formação docente, e muitos profissionais avançaram para níveis de mestrado e doutorado. Esse avanço, somado a investimentos na infraestrutura escolar, resultou em uma melhoria expressiva na qualidade da educação no Amazonas.
O Novo Desafio: Redefinir Prioridades
Atualmente, a oferta de vagas no ensino superior no estado supera a demanda em algumas áreas, especialmente nas ciências humanas, gerando um alto número de profissionais sem colocação no mercado de trabalho. Nesse cenário, a UEA precisa reorientar seus investimentos para atender às demandas reais da economia local.
Propostas para o Futuro da UEA
1. Formação voltada ao Distrito Industrial
– Criar programas alinhados às necessidades das empresas do Polo Industrial de Manaus.
– Desenvolver pesquisas, cursos de especialização e inovação tecnológica nos laboratórios da universidade.
2. Capacitação para a Exploração Sustentável de Recursos Naturais
– O Amazonas possui vastas reservas de nióbio, cassiterita, tântalo, urânio, potássio, ouro, pedras preciosas, madeira manejada e recursos pesqueiros.
– A UEA deve liderar a formação de mão de obra qualificada para essas áreas, garantindo que a exploração ocorra de forma técnica e ambientalmente sustentável.
O Protagonismo da UEA no Desenvolvimento do Amazonas
A UEA precisa assumir a liderança na formação profissional para o novo ciclo econômico do estado. Grandes investimentos já foram direcionados a outras instituições, sem resultados concretos para o desenvolvimento do Amazonas.
Diante desse cenário, a universidade tem a missão de preparar profissionais que possam transformar as riquezas naturais do estado em crescimento econômico de forma sustentável e inovadora.
Texto: Professor José Melo, ex-governador do Estado do Amazonas.