O Alouatta Caraya, conhecido por Bugio-preto, é uma espécie de primata que habita florestas tropicais e savanas do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai, sendo os primatas mais facilmente encontrados nos pampas gaúchos.
Possui uma ampla distribuição geográfica pelo país e muitas unidades de conservação, mas no Rio Grande do Sul, as populações vêm caindo drasticamente, sendo uma espécie considerada vulnerável pelo IBAMA e protegida por lei.
As fêmeas e os machos dos bugios são bem diferentes, sendo amareladas e pretos, respectivamente. Já os filhotes machos nascem da cor da mãe e mudam seus pelos, ao atingirem a maturidade sexual. Eles se alimentam de folhas, sementes, frutos e flores, e são muito prejudicados pelo crescimento urbano acelerado. Os bugios defendem seu território utilizando o ronco, uma vocalização característica desses animais.
Ao contrário do que as pessoas geralmente pensam, esses animais não são transmissores da febre amarela, eles adquirem a doença por viverem nas copas das árvores junto com os mosquitos transmissores do vírus, sendo muito sensíveis a eles, podendo ser usados como indicadores naturais, alertando quando a doença está presente em determinada localidade, o que permite que mais vidas sejam salvas.
A perigosa Febre Amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus carregado pelos mosquitos Aedes Aegypti, que chegou ao Brasil em 1686. Controlada pela vacina desenvolvida por Oswaldo Cruz e os cuidados para a erradicação do mosquito, o vírus ainda é mutável, o que causou a Febre Amarela Silvestre e dificultou o controle da doença.
Quando surtos da Febre Amarela acabam por acontecer, muitos bugios são alvo da caça causada pela desinformação da população, que acredita que o animal possa ser o causador da doença. Além disso, a destruição das matas, a caça esportiva ilegal e o tráfico de animais colaboram para transformar o bugio em uma espécie com perigo de extinção no estado.
