Momento é de “legítima defesa para manter condições que sustentam vida no planeta”, afirma Marina Silva em São Paulo

Ministra participou da abertura da 5ª Conferência do Meio Ambiente do estado, na capital paulista.

Na abertura da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, realizada na capital paulista nesta quarta-feira (12/3), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu a união entre os diferentes níveis de governo e setores da sociedade para enfrentar a mudança do clima.

“O que está posto como desafio para humanidade é que não podemos ultrapassar o aumento de 1,5ºC de temperatura média da Terra”, afirmou. “Agradeço a todos os delegados, delegadas e convidados, pessoas que estão aqui para fazer esse debate. Estados, municípios e governo federal aliançados em um propósito maior do que nossas diferenças políticas, ideológicas e religiosas, o que quer que seja. Esse é um momento de legítima defesa para manter as condições que promovem e sustentam a vida no planeta.”

O encontro reuniu integrantes da sociedade civil, academia, governos e setor privado com o objetivo de debater e consolidar até vinte propostas para combater os efeitos da mudança do clima no estado. Elas serão levadas por uma delegação composta por 70 representantes paulistas à 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), que ocorrerá de 6 a 9 de maio em Brasília (DF) com o tema “Emergência Climática: O Desafio da Transformação Ecológica”.

 

Também participaram da abertura do evento a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende; o presidente da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb), Thomaz Toledo; o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Gilberto Carlotti Junior; e o subsecretário de Meio Ambiente de São Paulo, Jônatas Trindade.

 

“A natureza já sabe o que funciona e o que não funciona, mas nós, seres humanos, queremos mudar as coisas. Por isso, o sistema climático está desequilibrado”, pontuou Marina Silva. Diante desse cenário, ela destacou a importância da mobilização da sociedade em torno da conferência estadual. “Aqui, estamos promovendo uma união para debater políticas públicas que façam o enfrentamento da emergência climática em três pilares: mitigação, adaptação e transformação do modelo de desenvolvimento, que precisa ser mais resiliente e sustentável”, declarou.

 

Resende também ressaltou a importância da articulação entre os entes federativos para combater as causas e efeitos do aquecimento global, já sentidos em São Paulo. Dos 645 municípios do estado, 367 têm capacidade baixa ou muito baixa para lidar com inundações, enxurradas e alagamentos, e 360 apresentam baixa ou muito baixa capacidade para enfrentar deslizamentos de terras. “O meio ambiente é um e somos todos nós. Estamos aqui para melhorá-lo e fazer com que todos entendam a importância dessa iniciativa para caminharmos juntos”, disse.

 

A conferência estadual, organizada pelo governo paulista, é um desdobramento das etapas municipais e intermunicipais do processo de construção da 5ª CNMA. Nessas fases, os municípios de São Paulo debateram ideias para enfrentar os desafios climáticos locais. Participaram 175 municípios do estado, que elaboraram 727 propostas oriundas de 52 conferências municipais e dez conferências intermunicipais.

 

Sobre a 5ª CNMA

A 5ª CNMA é organizada pelo governo federal com o objetivo de discutir e apresentar soluções para os desafios ambientais do Brasil. A edição atual busca criar um espaço democrático que permita à sociedade brasileira contribuir com propostas para enfrentar as causas e impactos da mudança do clima no país.

Iniciada em 2024, a primeira etapa da 5ª CNMA envolveu a realização de 62 atividades autogestionadas e 1.227 conferências livres, municipais e intermunicipais, que mobilizaram 2.455 municípios.

A segunda fase compreende as conferências estaduais e distrital, que ocorrem até 15 de março. Nelas, cada unidade federativa tem a missão de eleger os delegados que representarão o estado na etapa nacional e consolidar até vinte propostas relacionadas ao seis eixos temáticos: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Transformação Ecológica, Justiça Climática e Governança e Educação Ambiental.

O processo culmina na realização da etapa nacional, em Brasília (DF), com a participação de delegações de todos os estados e do Distrito Federal. Neste momento, serão avaliadas as propostas estaduais e apresentadas e consolidadas as propostas finais da 5ª CNMA para a Transformação Ecológica do país no contexto da mudança do clima.

 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

Post Author: Ryan Jatahy

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