Milhares de indígenas estão acampados na Praça da Cidadania, em Brasília (DF), para participar da 19ª edição do Acampamento Terra Livre. Nesta segunda-feira (24), eles percorreram a Esplanada dos Ministérios rumo ao Congresso Nacional. As principais reivindicações das mais de 200 etnias são a demarcação de terras e o fim do marco temporal.
Segundo os organizadores do evento, mais de 6 mil indígenas compareceram no acampamento que se estende até a sexta-feira (28). O Ministério dos Povos Originários já afirmou que deve iniciar a demarcação de 13 terras ainda esse mês.
Mas para que a atuação da pasta seja efetiva, é necessário o fim do marco temporal, que é uma tese jurídica que defende a reivindicação de terras pelos indígenas somente se eles tivesse as ocupado na data em que foi criada a Constituição Federal: 5 de outubro de 1988.
O Edinho, da etnia Macuxi, Estado de Roraima, afirmou que a mobilização das etnias para provocar a atenção das autoridades é importante, principalmente quando se discutem matérias como o projeto de lei 191/20, que pretende legalizar a miniração em territórios indígenas.
“Vamos nos manifestar contra todo e qualquer projeto de lei contrário aos povos indígenas, para impedir o avanço da mineração, plantação de soja e hidrelétricas”, afirmou.
De acordo com a Tainara, da etnia Kambeba do estado do Amazonas, além das reivindicações, a mobilização é importante para mostrar à sociedade a riqueza cultural dos povos originários e a variedade de etnias espalhadas pela nação brasileira.
“A gente veio mostrar a nossa cultura, a nossa força e resistência. Para mostrar que somos povos milenares, com mais de 200 línguas faladas, e assim reivindicar os nossos direitos”, disse.