Com missas e homenagens mais restritas, comerciantes estimam queda de 90% nas vendas.
Considerada uma das principais datas em vendas para o comércio de flores, o dia de Finados não está sendo esperado com a mesma expectativa para quem atua nesse segmento. Por conta das restrições impostas da pandemia do novo coronavírus, os comerciantes ressaltam que as vendas sofreram uma queda de 90%, aumentando os prejuízos avaliados ao longo desse período em que os cemitérios estão com a visitação suspensa.
Para evitar aglomeração a movimentação de pessoas realizando homenagens nos cemitérios este ano foi abaixo do que costuma ser, e o mercado de flores se vê fraco.
A história da floricultura da Elenice, ou morena como ela é conhecida começa em um box, em frente ao cemitério São João Batista localizado na Av. Alvaro Maia s/n, bairro: Nossa Sra. das Gracas, e já conta com 41 anos dedicados ao comércio de flores e diz nunca ter visto algo como a situação em que está.
“Temos clientes que compram velas há mais de 25 anos, e estamos nesse ramo desde 1979, iniciei com três caixas de velas, com vendas para os devotos das almas nas segunda feiras até meia noite. Hoje enfrentamos algo atípico que é o prejuízo. A venda caiu em 90%, a flor natural se não vende em 4 dias ela seca e já pagamos adiantado, o único produto que não dá prejuízo é a vela por ser algo que não tem validade, hoje estamos com poucas flores e estamos na metade do dia e vendemos apenas um buquê de flor natural, as pessoas não compram flores naturais para deixar no portão, no máximo ascendem dois, três marços de vela, a flor é um artigo que vem via aéreo com frete alto e encarar toda essa despesa com uma queda de 90% no faturamento não é fácil” conta Manoel Rolo esposo da proprietária da floricultura.
Apesar do baixo número de pedidos feitos para entrega em outros municípios, o mais procurado é a coroa de flor artificial. A coroa custa em média R$50. Os arranjos também tem boa saída, com cinco flores custa R$10. Já o girassol é R$10 a unidade.
Em uma outra floricultura localizada na Praça Chile nº90 – Adrianópolis, de acordo com o proprietário da ”Flora Orquídea”, o saldo de vendas é negativo, em outros tempos ele estava com a loja cheia de pedidos de flores e com uma média de 10 a 15 pessoas trabalhando no estabelecimento, e este ano não contratou ninguém por não ter feito pedido de remessa grande, por conta da pandemia.
As flores que têm trabalhado são as que vende no dia a dia, e as mais procuradas tem sido as rosas, lírios e as flores do campo. A rosa com custo de R$ 10,00, lírio R$ 20 e a flor do campo R$10.
”Hoje posso dizer que sobrevivo dos eventos que realizo com decorações de flores, pois se não fosse isso não conseguiria manter a floricultura e já teria entregue o ponto, devido ás vendas estarem baixas”.
A rosa é a flor que está em alta independente de qualquer data. concluiu Lindemberg Castro.
Visitas suspensas
Com os cemitérios fechados neste dia de Finados (2), algumas pessoas foram prestar homenagens a familiares falecidos de forma diferente como de costume de todos os anos, ao lado de fora, por conta das restrições do novo coronavírus.
Texto e fotos: Luana Santos