Para conhecer de perto os desafios e oportunidades da produção de cacau no Pará, equipe do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) realizou visita técnica à região da Transamazônica, que concentra a maior quantidade de área plantada de cacau no estado e também a de maior produtividade, e ao município de Tomé-Açu.
Participaram o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo, o diretor da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), Waldeck Araújo, o chefe do Serviço de Pesquisa na Superintendência da Ceplac para o Pará e Amazonas, Fernando Mendes, entre outros técnicos e pesquisadores.
Durante a visita técnica, que ocorreu entre 26 e 30 de julho, a equipe do Mapa esteve na Estação de Recursos Genéticos José Haroldo e na ESPAM (Estação Experimental Paulo Morelli), visitou cooperativas e produtores de cacau da região, fábricas de produção de nibs e de chocolate.
A Estação de Recursos Genéticos José Haroldo, localizada em Marituba, no Pará, abriga o maior banco de germoplasma de cacau do mundo, onde mais de 53 mil espécies coletadas ao longo de vários anos são preservadas vivas.
“Fiquei impactado com o potencial da cadeia do cacau no estado, justamente por temos o maior banco de germoplasma do mundo, com mais de 2 mil acessos, o que significa mais de 2 mil plantas de cacau que guardam a riqueza genética da espécie”, destaca o secretário Fernando Camargo.
Com produção anual estimada em mais de 220 mil toneladas, o Brasil é hoje o 7º produtor mundial de cacau e o 5º produtor de chocolate do mundo. Contudo, existe um déficit de produção de cacau para atender a demanda interna na ordem de 70 mil toneladas.
“Estabelecemos uma meta no Mapa, para atingirmos a autossuficiência em 2025. O que significa aumentar a nossa produção interna. Então, o que queremos é conhecer como que está acontecendo a produção e avaliar que tipo de apoio pode ser dado para ampliá-la e também para aumentar ainda mais a qualidade dessa produção”, destaca o diretor da Ceplac, Waldeck Araújo.
Além de conhecer de perto a região Transamazônica, que é a maior produtora de cacau do Pará, responsável por mais de 80% da produção do estado, o grupo dialogou com diversos atores da cadeia produtiva para entender os principais desafios.
O primeiro município visitado, Altamira, concentra mais de 2.500 produtores, 17.359 hectares de cacaueiros implantados e produção média de 11.400 toneladas (2020).
O grupo foi recepcionado na Cepotx (Cooperativa Central de Produção Orgânica da Transamazônica e Xingu), que reúne 178 famílias, produz 642 toneladas de cacau por ano e exporta para Holanda, Alemanha e outros países. A cooperativa aposta na qualidade e possui certificação de cacau orgânico da União Europeia e dos Estados Unidos.
Representantes do Mapa também estiveram no município de Brasil Novo, onde estão 1.328 produtores de cacau e são produzidas 7.600 toneladas (2020). No local, visitaram fazenda com plantação de cacau de alta produtividade (2.600 kg/ha) e fábrica de chocolate artesanal.
Os dirigentes do Mapa participaram de reuniões com o secretário interino de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará, Giovanni Queiroz; com o presidente da Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará), Carlos Xavier; com o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Transamazônica, Antônio Henrique Gripp, e com a presidente da Câmara Setorial do Cacau da Faepa, Maria Goretti Gomes.
A Transamazônica é formada pelos municípios de Novo Repartimento, Pacajá, Anapu, Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis e Itaituba, que, juntos, possuem mais de 155.900 hectares de cacaueiros, cerca de 18 mil cacauicultores e produziram mais de 100 mil toneladas de cacau em 2020.
Já a região Nordeste do Pará, composta pelos municípios de Santa Isabel do Pará, Santa Bárbara do Pará, Castanhal, Acará e Tomé-Açu, conta com 10.325 hectares de cacaueiros. No ano de 2020, a região, que possui 2.550 cacauicultores, produziu cerca de 4 mil toneladas de amêndoas.
*Com informações do Mapa Fotos: Divulgação