Em meio à crescente pressão para reduzir a desigualdade econômica global, os líderes do G-20 se preparam para discutir uma proposta histórica durante a Cúpula de Líderes, marcada para os dias 18 e 19 de novembro: a taxação dos super-ricos. A iniciativa, liderada pelo Brasil, busca assegurar que os bilionários contribuam de forma justa para o tesouro público, em uma proporção equivalente à carga tributária enfrentada pelo trabalhador comum.
A proposta brasileira sugere a implementação de um imposto acima de 2% sobre a riqueza dos bilionários, com a expectativa de arrecadar entre 200 e 250 bilhões de dólares. A ideia, inicialmente formulada em 25 de junho deste ano pelo economista e professor universitário Gabriel Zucman, tem sido amplamente debatida entre os membros do grupo.
Zucman destacou a importância da cooperação internacional para a efetividade dessa medida. “Um imposto mínimo coordenado é essencial, pois há o risco de que os super-ricos ocultem sua renda ou a transfiram para países com menor tributação. É necessário estabelecer um padrão comum de taxação e promover o intercâmbio de informações para evitar a concorrência tributária”, afirmou o economista.
Apesar do potencial impacto positivo da medida, os desafios permanecem. Entre eles, estão as discussões sobre a aplicação prática do imposto e a definição de quem será efetivamente taxado. Além disso, o governo argentino de Javier Milei se posicionou contra a proposta na última semana, desconsiderando o acordo previamente assinado em Washington, em outubro, pelos ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais.
A proposta de taxação dos super-ricos simboliza um passo significativo na luta pela redução das desigualdades, mas sua implementação depende de um consenso global e de estratégias para superar resistências políticas e técnicas.
Texto: Ryan Jatahy
Fotos Reprodução
Edição: Beatriz Costa