Documento garante a qualidade genética da fruta e permite a venda de mudas para municípios
A produção de borbulhias de laranjas da Fazenda Progresso localizada no Rio Preto da Eva recebeu, nesta semana, registro “100% amazonense”, no Ministério da Agricultura.
Antes, as sementes e borbulhias – uma lâmina da matriz que é enxertada nas mudas – eram compradas de outros estados.Com a documentação, o estado passa a ter a primeira produção de laranjas 100% amazonense.
De acordo com o gerente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) no município, José Frade Junior, as safras da fruta corriam risco com pragas porque não se sabia a qualidade genética da laranja, que só era percebida quando a árvore dava frutos, seis anos depois do plantio.
“É 100% amazonense, registrado pelo Ministério, é reconhecido pela Agência de Defesa Agropecuária, com registros nos dois lugares acompanhado pelo Idam. É um trabalho em conjunto do Governo do Estado na produção de muda. O risco era trazer principalmente doença, semente de fora colocava em risco a cultura amazonense. Hoje, a gente pode assegurar que são mudas de excelente qualidade. Nós não dependemos de nada de fora e não corremos o risco de trazer doença para cá”, assegura o engenheiro agrônomo.
Com a produção de mudas de laranja, os pequenos produtores rurais e agricultores familiares de Rio Preto da Eva e de outros municípios passaram a adquirir as mudas para plantio. “Essa produção de semente e borbulhia fomenta a produção que é vendida a um preço justo para os agricultores familiares. Inclusive, existem programas governamentais de prefeituras e do Governo do Estado que estão comprando mudas para instituir aos agricultores familiares.
No Rio Preto da Eva, 90% das mudas utilizadas saem dessa propriedade. Maués usa as mudas daqui, Itacoatiara, Roraima vai usar, Presidente Figueiredo, então, muitos municípios que usam e estão fazendo progresso”, explica Frade.
Apoio Sepror
O proprietário da Fazenda Progresso, Cláudio Decares, explica que a assistência rural promovida pelo Idam e pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) são fundamentais para a autonomia da produção.
“Nós temos uma boa parceria. Inicialmente, porque o Idam fornece assistência técnica. Esse processo de certificação, que é feito pelo Ministério da Agricultura, é referenciado pela Adaf, que é quem acompanha todo esse processo. E no caso da ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas), nas safras, quando a gente tem grandes produções, a gente consegue também viabilizar a comercialização da laranja através para a merenda escolar, não só eu, como todos os produtores da Associação Amazonense de Citricultura”, comenta.
Hoje, a fazenda tem 40 mil pés de laranja, com capacidade de produzir até 100 mil mudas anuais. “Nós produzimos, no último ano, aproximadamente 9 milhões de frutas. Esse ano, com a pandemia, haverá uma redução, mas mesmo assim, nós teremos uma produção satisfatória para a manutenção tranquila da fazenda e, consequentemente, nos preparar para a produção do ano de 2021”, afirma o produtor rural.
Texto com informação da Assessoria
Fotos: Michell Mello