Inteligência Artificial e Sustentabilidade: A Luta pela Preservação da Amazônia

A Floresta Amazônica detém o título de maior floresta tropical do mundo, e esse reconhecimento não é exagerado. O bioma se estende por nove países da América do Sul, abrangendo uma área de 5,5 milhões de km², sendo a maior parte desse território localizada no Brasil.

Além de sua vasta extensão e beleza exuberante, a Amazônia abriga uma biodiversidade única, com inúmeras espécies de animais, plantas e microrganismos ainda desconhecidos pela ciência. A Amazônia brasileira também é rica em diversidade étnica, abrigando mais de 300 etnias indígenas, cada uma com seu próprio idioma, cultura e território.

Mesmo com toda essa riqueza em biodiversidade e cultura, a Floresta Amazônica está sofrendo sérios riscos, seja pelo garimpo ilegal, pela exploração irregular de madeira ou pelas queimadas. Com isso, novas tecnologias surgem como alternativas para coibir tais práticas, que, a curto e longo prazo, podem gerar consequências irreversíveis para o meio ambiente. Além do uso de satélites e drones, que são capazes de detectar crimes florestais em tempo real, a inteligência artificial (IA) vem surgindo como mais uma aliada em defesa da Amazônia.

O Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação (MCTI), se uniu à Universidade Politécnica da Catalunha, da Espanha, há sete anos para estudar e desenvolver tecnologias automatizadas para monitoramento em tempo real da biodiversidade amazônica, quando as IAs ainda estavam longe do que são hoje em dia.

“É uma solução tecnológica que tem capacidade de monitorar de modo automatizado o bioma”, afirmou o diretor científico do Mamirauá, Emiliano Ramalho.

O plano inicial é expandir as áreas de monitoramento, começando nas proximidades das Cordilheiras dos Andes, passando por manguezais na costa do Pará e chegando à foz do Rio Amazonas. Esta fase do projeto é chamada de “Dos Andes ao Mar”. A ideia é instalar, em média, 100 módulos de monitoramento em 30 localidades com características distintas no bioma amazônico.

As tecnologias foram projetadas para suportar as adversidades da maior floresta tropical do mundo e também para garantir fácil manutenção. Para isso, dois tipos de módulos foram criados: um aéreo e outro aquático, ambos compostos por câmeras de alta resolução e microfones embutidos de até 100 kHz.

Os registros são coletados por satélites diariamente até a base de dados, localizada no município de Tefé, no Amazonas, onde se encontra a sede do instituto. Já a IA é utilizada para processar os dados de maneira mais automatizada, como no monitoramento acústico, que capta sons de diferentes animais e, com o auxílio de algoritmos, ajuda a identificar inúmeras espécies.

O Providence, nome do projeto, também se aplica à preservação de unidades de conservação e de terras indígenas.

Texto: Caio Vinícius Vilaça

Fotos: Reprodução

Post Author: Beatriz Costa

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