Imigração Japonesa para o Estado do Amazonas: Quatro Etapas de História e Contribuição

A imigração japonesa para o estado do Amazonas é um capítulo notável na história da região, marcado por quatro fases distintas que trouxeram desenvolvimento e diversidade cultural ao estado. Essas etapas, que começaram em 1930, foram impulsionadas por diferentes motivações e necessidades econômicas, deixando um legado duradouro.

Histórias e Lendas Amazônicas – 189 – Imigração da Colônia Japonesa no  Amazonas – ACA – Associação Comercial do Amazonas

Primeira Imigração: 1930 – Maués

Em 2 de janeiro de 1930, nove famílias e 17 solteiros, totalizando 49 pessoas, chegaram a Maués com o objetivo de plantar guaraná para uso medicinal em uma área de 25.000 hectares. Liderados por Kosaku Oishi, esses imigrantes lançaram as bases para uma nova indústria na região. Em 1932, uma nova leva de imigrantes, liderados pelo professor Hisae Sakiyama, chegou para se juntar ao esforço inicial, consolidando a presença japonesa em Maués.

Segunda Imigração: 1931 – Parintins

No dia 20 de junho de 1931, a primeira turma de imigrantes japoneses chegou a Parintins. Conhecidos como KOUTAKUSEIS, esses imigrantes foram preparados em uma escola no Japão cuja abreviação era KOUTAKU. O visionário Dr. Tsukasa Uetsuka idealizou e executou esse projeto arrojado, que resultou na introdução da juta no Amazonas, iniciando o segundo ciclo econômico do estado. Esse ciclo, no entanto, foi interrompido pela Segunda Guerra Mundial.

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Terceira Imigração: 1953 – Manaus

Em 1953, 23 famílias, somando 139 pessoas, foram alocadas na Colônia Bela Vista, hoje parte do município de Iranduba, ao longo da rodovia Manuel Urbano. Essas famílias se dedicaram à produção de hortifruti e avicultura. Até 1962, com a chegada de mais cinco levas de imigrantes, o total chegou a 139 famílias, ou 818 pessoas, fortalecendo a economia agrícola da região.

Quarta Imigração: 1958 – Manaus

Em novembro de 1958, 17 famílias, totalizando 118 pessoas, estabeleceram a Colônia Ephigênio de Salles ao longo da rodovia AM-10, que liga Manaus a Itacoatiara. Em 1961, a quarta e última turma chegou, expandindo a colônia até o quilômetro 52. Assim como na Colônia Bela Vista, esses imigrantes se dedicaram à produção de hortifruti e avicultura.

Cronologia da imigração japonesa no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre

Formação da Colônia Japonesa Cachoeira Grande

Alguns imigrantes das colônias Bela Vista e Ephigênio de Salles se uniram para comprar um grande terreno na área leste de Manaus, fundando a Colônia Japonesa Cachoeira Grande. Com o crescimento urbano de Manaus, essa colônia acabou sendo englobada pela cidade. As ruas dessa área mantêm os nomes dados pelos japoneses, homenageando elementos do Japão, como Rua Kyoto, Rua Monte Fuji e Rua Heisei. Os terrenos foram transformados em grandes empreendimentos imobiliários, escolas e centros comerciais, muitos dos quais preservam nomes tradicionais da cultura japonesa.

A imigração japonesa não apenas contribuiu significativamente para o desenvolvimento econômico do Amazonas, mas também enriqueceu a cultura local, deixando um legado de perseverança, inovação e respeito às tradições.

Post Author: Beatriz Costa

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