“A lição mais importante que talvez nos deixará o Coronavirus, é a eficiência do serviço, que temos que aprimorar”
O superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Guilherme Pessoa, disse que fica latente a necessidade de automatizar os serviços, diminuir a burocracia e as etapas que postergam os registros e processos
” A gente sabe que precisa estar na linha de frente, pela responsabilidade com o abastecimento e o fluxo das mercadorias, nada mudou. O alimento no estado esta garantido. No mesmo tempo, estamos com muitas preocupações, alguns trabalhadores já foram afetados pelo coronavirus”, disse o superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Guilherme Pessoa.
Na segunda parte da entrevista exclusiva com Agroflorestamazonia.com o superintendente comentou o seguinte:
1- Quais aprendizados estão deixando as consequências da pandemia para os líderes do setor primário?
-Estamos no meio da tempestade, tudo ficará mais claro quando ela passar. Acho que, talvez, a lição mais importante seja a eficiência do serviço, que temos que aprimorar.
A modalidade de vídeos conferencias que estamos sendo obrigados a vivenciar, faz que sejamos mas ágeis e se reduzam custos. De modo geral, o serviço público terá que ser repensado e estamos experimentando as alternativas justamente agora, com o drama da pandemia.
Quando a crise da saúde pública passar, muito do período anterior tem que ser adaptado, porque o mundo não vai ser mais o mesmo. Fica latente a necessidade de automatizar os serviços, diminuir a burocracia e as etapas que postergam os registros e processos.
2-O abastecimento no estado está garantido?
-Hoje, o abastecimento está dentro da normalidade. Até o momento, não temos informações de que industrias com registro no MAPA tenham parado suas produções por conta do coronavirus. Hoje, não temos informações de ocorrências que justifiquem preocupações quanto ao abastecimento.
Parte dos alimentos que chegam até o Amazonas é liberado pela equipe do Ministério da Agricultura, através das fiscalizações de cargas internacionais, no aeroporto e portos alfandegados.
As demandas que chegam ao MAPA estão sendo atendidas, nada parou.
3-Quais são atualmente os pontos mais críticos em toda a logística de abastecimento?
– o trânsito de alimentos oriundos de outros estados, até o momento, ocorre sem maiores problemas. Exemplificamos a carne que vem do Pará, o pescado de Rondonia e Roraima, etc.
O abastecimento a partir de alimentos produzidos no interior do Amazonas, em algumas situações encontra dificuldades, em função da difícil logística. Isso se deu pela diminuição de embarcações regionais que transportavam parte da safra.
4- O que estão fazendo para apoiar os produtores com problemas no escoamento da produção, pela falta de transporte no interior?
-O governo do estado, através da Secretaria de Produção Rural no Amazonas (Sepror), colocou à disposição logística para trazer os alimentos para a capital do estado. Com o intuito também de que não houvesse perda da produção.
A SFA-AM observa atentamente essa situação e está pronta para colaborar caso haja necessidade.
Acreditamos que o Estado esteja gerenciando bem essa problemática da logística dentro do estado de Amazonas.
5-Quais tem sido as atividades que o Mapa está realizando no estado?
-De modo geral, todas as atividade continuam. Tem ações que são executadas por nós de maneira presencial ainda, por exemplo, nos portos e aeroportos as liberação das cargas e nos frigoríficos.
Outras atividades estão sendo feitas remotamente “home officce” para evitar aglomerações e não por em risco os funcionários e nem o publico. Estamos recebendo as demandas de maneira digital.
6- Quais interações estão tendo o Mapa com a Sepror, Conab, Embrapa e demais órgãos do setor primário?
-Aquelas atividades prioritárias que afeta o abastecimento, a sanidade animal e vegetal estão sendo mantidas. Quando temos dificuldade com o pessoal do estado o MAPA tem disponibilizado pessoas de outros estados.
Estamos tendo interação diária por video conferência com os outros órgãos, na pratica não parou. A medida de isolamento social pelo coronavirus impacta, mas temos que nós adaptar ás circunstancia.
Em reunião recente com o diretor presidente – Agência de Defesa Agropecuário e Florestal do Amazonas – ADAF. Alexandre Araújo, conversamos sobre os problemas da febre aftosa virtualmente.
Estamos trabalhando juntamente com a ADAF, IDAM e iniciativa privada (FAEA) a retirada da vacina de febre aftosa para os 13 municípios do Sul de Amazonas. O estado está implantando as barreiras e correr conforme o esperado, no ano que vem vamos retirar a vacinação, o programa continua em curso, os prazos estão sendo mantidos e o Amazonas está cumprindo as metas estabelecidas nesta área junto ao MAPA. A vacinação na calha do rio Madeira, foi prorrogada mais 15 dias.
Estamos com inúmeros projetos, agora, temos a garantia safra, que é uma espécie de seguro que o Governo Federal paga para a produção agrícola que seja perdida por ocorrência de grandes cheia, que afetem a produção agrícola. A gente está trabalhando intensamente com a Embrapa, Sepror , Sipam, para fazer uma justificativa para que Amazonas seja contemplado para esse seguro.
Outras atividades que não são prioritárias tivemos que tirar o pé do acelerador por conta do contexto da pandemia
Entrevista: Dulce Maria Rodriguez
Fotos: Tony Oliveira, Divulgação CNA e Guilherme Pessoa