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Hoje aqui no Rio Grande do Sul está começando a Semana Farroupilha, que é marcada pela chegada da “Chama Crioula” que é um símbolo tradicionalista, o mês mais esperado pelos gaúchos

“A noite tem fala

na boca da noite,        

a vida é mudinha

nem boca não tem.

Por isso que a vida

ninguém não entende,

Mãe Velha, ninguém.

A vida, Mãe Velha,

que é mãe e mulher.”

Mãe Velha ( Apparício Silva Rillo)

De 13 a 20 de setembro começa a Semana Farroupilha no estado gaúcho e mais tradicionalista do mundo, essa data marca a Revolução Farroupilha que durou 10 anos.

O tradicionalismo é uma corrente cultural regionalista formada em torno da exaltação da figura e dos costumes do gaúcho. Teve início como um movimento pelos intelectuais ligados ao Partenon Literário, fundado em 1868, uma associação que tinha entre seus objetivos prestigiar o folclore e o regionalismo buscando definir a identidade cultural do Rio Grande do Sul e desenvolvendo uma intensa atividade literária em torno dos costumes dos gaúchos.

                                                                                                                                                      

Com a fundação do Centro de Tradições Gaúchas 35, em 1948, serviu de modelo para o surgimento de um grande número de entidades semelhantes por todo o RS e Brasil afora, e pela organização do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) em 1966, uma instituição que estabeleceu suas diretrizes ideológicas e práticas básicas, regulamentadas por extensa documentação.

São muitos os usos e costumes que envolvem o tradicionalismo, além do estudo da cultura e da tradição que vem desde os tempos mais remotos do gaúcho.

Ser tradicionalista é ter orgulho de ser gaúcho, de ter nascido nessa terra, nesse pago querido e principalmente honrar as nossas tradições.

É saber declamar uma poesia bem gaúcha, dançar nos fandangos, apreciar a música regionalista, tocar uma gaita ou dedilhar um violão, fazer nossa comida campeira e nossos doces caseiros, sorver o bom chimarrão e comer aquele arroz-de-carreteiro com um charque fresquinho.

É comer aquela linguiça campeira, saber dançar o pezinho e a chimarrita, ser desafiado para dançar a chula, ter orgulho da nossa bandeira e principalmente do nosso hino que foi escrito há muito tempo atrás, na qual quem conhece a história sabe o real significado de cada palavra citada.

 

É saber o que é Maragato ou Chimango, escolher se seu lenço é vermelho, branco ou verde, vestir a bombacha e passar o dia inteiro campereando campo a fora, usar as alpargatas para descansar os pés no final do dia, desfilar no dia 20 de setembro com o cavalo crioulo que passou o ano inteiro cuidando para fazer bonito neste dia. Saber todas as peças de um arreio, conhecer a origem do gado no RS, comer uma carne de ovelha no churrasco de domingo, saber fazer um fogo de chão. Ser tradicionalista é se sentir honrado por morar aqui e dos nossos costumes, e bater no peito dizendo:

 

…”Quem quiser saber quem sou
Olha para o céu azul
E grita junto comigo
Viva o Rio Grande do Sul”…

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

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