O projeto já contemplou 19 povos indígenas em situação de vulnerabilidade sociocultural na regiã amazônica
Às vésperas da Década Internacional das Línguas Indígenas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) renovou o projeto “Salvaguarda de línguas e culturas de povos indígenas transfronteiriços na Amazônia” pelos próximos três anos.
A iniciativa desenvolvida pelo Museu do Índio é proveniente de Acordo de Cooperação Técnica junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e envolve a formação de pesquisadores indígenas para a documentação e línguas e culturas dos povos originários.
Desde o início das atividades, em 2016, o projeto já contemplou 19 povos indígenas em situação de vulnerabilidade sociocultural na região amazônica. Os estudos são desenvolvidos com participação de sábios, estudantes, professores e membros das comunidades envolvidas, bem como com dezenas de especialistas das principais universidades e centros de pesquisa do país.
Até o momento, foram realizadas 48 viagens de campo e 80 oficinas de documentação e capacitação pelo Museu do Índio, envolvendo cerca de 980 pessoas diretamente beneficiadas e a formação continuada de 32 bolsistas indígenas de iniciação científica.
Além da formação de pesquisadores indígenas e da concepção e produção de exposições virtuais, catálogos, publicações e materiais didáticos, o projeto contribuiu para o incremento dos acervos digitais a serem geridos em parcerias com os povos envolvidos, mediante a produção de dossiês e disponibilização do acervo etnográfico do Museu do Índio na plataforma Tainacan.
O Diretor do Museu do Índio, Giovani Souza Filho, antecipa que em breve será lançada a plataforma Japiim, onde serão incluídos os resultados dos 12 projetos de documentação linguística já realizados.
“Essa ferramenta vai possibilitar a consulta e construção colaborativa de dicionários multimídia de línguas indígenas. Vai ser possível disponibilizar informações de grande utilidade para pesquisadores e demais interessados na área, contribuindo para a salvaguarda e revitalização de línguas ameaçadas”, confirma Filho.
A previsão é de que a plataforma esteja disponível ao público no primeiro semestre de 2021.
Texto com informação da Assessoria
Fotos: Reprodução