A Inconfidência Mineira foi um movimento separatista que ocorreu em Minas Gerais, em 1789. Tinha como objetivo proclamar uma República independente, criar uma universidade e abolir dívidas junto à Fazenda Real.
A revolta foi organizada pela elite socioeconômica de Minas Gerais e antes de ser iniciada, acabou sendo descoberta pela Coroa portuguesa. Tiradentes foi o único líder da rebelião que foi condenado a morte.
Seu verdadeiro nome era Joaquim José da Silva Xavier, nascido em 1746, em um distrito chamado São João Del-Rei, atualmente, o local é chamado de Tiradentes. Originário de uma família humilde, ele trabalhou desde cedo, foi militar no posto de Alferes, tropeiro, minerador, comerciante, farmacêutico e, finalmente, dentista, o que lhe conferiu o apelido de Tiradentes.
Desde jovem, Joaquim já sentia na pele a opressão dos portugueses sobre a colônia de Minas Gerais e como militar, ele pode acompanhar de perto o embate entre a coroa e o povo mineiro, que tinha de pagar impostos muito altos.
Foi com a chegada do Visconde de Barbacena, em 1788, que as ideias de independência foram criando forma, o governador decidiu cobrar impostos atrasados da população, fazendo com que fosse ainda mais urgente se discutir a liberdade da colônia.
Foram em reuniões secretas com homens ricos e influentes, membros do clero, escritores e artistas onde eles deram os primeiros passos para a formação da Inconfidência Mineira.
O grupo planejou cuidadosamente a rebelião, São João Del-Rei seria a nova capital e Tiradentes planejou até mesmo a nova bandeira que continha um triângulo vermelho, que simbolizava a Santíssima Trindade, com a frase em latim “Libertas quae sera tamen”, significando “Liberdade, ainda que tardia”.
Tudo correria bem se os inconfidentes não tivessem sido delatados por um parceiro em 1789, era o coronel Silvério dos Reis, que trocou informações por perdão as suas dívidas.
Em 10 de maio, Tiradentes foi encontrado e preso e alguns dias mais tarde, os outros membros foram caçados e presos também.
O processo de julgamento dos inconfidentes durou muito tempo, aproximadamente três anos, Tiradentes passou por quatro interrogatórios e assumiu toda a responsabilidade da revolução em 1790.
As penas foram dadas no dia 19 de abril de 1792, contando com dez condenações à morte, cinco a degredo perpétuo e muitas condenações à prisão.
Porém, a rainha D. Maria I, perdoou nove condenados à morte, exilando-os do Brasil, apenas, deixando que apenas Tiradentes fosse executado. Existem teorias de que ele continuou condenado por ter assumido a culpa, ou talvez por não pertencer à elite mineradora e, portanto, não possuir influência na coroa.
Ele foi enforcado no Largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1792, seu corpo foi esquartejado em quatro partes e espalhado pela estrada de acesso a Ouro Preto, enquanto sua cabeça foi exibida em uma estaca na praça central da cidade. Dessa forma, a população ficaria avisada do que aconteceria a quem ousasse se revoltar contra a coroa.
Durante a República, Tiradentes foi relembrado como um republicano convicto e considerado mártir do movimento republicano, um herói, e assim o dia 21 de abril se tornou feriado nacional.
Em 2021 fazem 229 anos da morte do líder da inconfidência mineira, Tiradentes.