O evento faz parte de uma série de lembranças das contribuições da Engenharia Militar ao desenvolvimento do país.
O Exército Brasileiro rememorou os 45 anos da implantação da BR 174, Manaus (AM) – Boa Vista (RR), com uma cerimônia no 2º Grupamento de Engenharia. O evento faz parte de uma série de lembranças das contribuições da Engenharia Militar ao desenvolvimento do país. A oportunidade serviu também para lembrar o nome dos 28 heróis, homens e mulheres, que pereceram nos trechos de obra para que a parte Norte do Brasil tivesse ligação com o Brasil central.
Esse é mais um capítulo na história do Exército, que, desde a gênese da nacionalidade brasileira, defende a Pátria com o seu Braço Forte, ao mesmo tempo em que estende a sua Mão Amiga para apoiar o desenvolvimento nacional.
Essa Rodovia, que recebe as alcunhas “Rodovia da Integração” e “Rodovia da conquista da Amazônia”, foi construída e pavimentada pelo 6º Batalhão de Engenharia de Construção (6º BEC), em Boa Vista (RR), orgânico do 2º Grupamento de Engenharia, do Departamento de Engenharia e Construção (DEC), por meio de acordos assinados com os órgãos do Governo Federal responsáveis pela infraestrutura do país.
Além do Comandante do Exército e demais autoridades, a cerimônia comemorativa dos 45 anos (1977-2022) contou com a presença do General de Exército Veterano Enzo Martins Peri, antigo Comandante do Exército, e do General de Exército Veterano Joaquim Silva e Luna, antigo Ministro da Defesa.
Para o Comandante do Exército, General Freire Gomes, a BR 174 representa muito para o Brasil. “A implantação da BR 174 significa que a Engenharia do Exército Brasileiro faz um trabalho admirável, comprometido, integrando o país. Não há dúvida alguma de que a BR 174 é uma obra que marcou a Engenharia Militar. São 45 anos nessa atividade. Vários homens e mulheres deram o seu sangue durante essa obra, alguns deram a própria vida. O Exército Brasileiro se sente orgulhoso, e eu, mais ainda por estar aqui testemunhando e materializando este momento.
Segundo o Chefe do Departamento de Engenharia e Construção, General de Exército Júlio Cesar de Arruda, a Engenharia Militar trabalha em prol do país desde sempre. “A presença do Exército Brasileiro na Amazônia e, em particular da nossa Engenharia Militar, confunde-se com a própria história de desenvolvimento e de integração da nossa nação. As expedições bandeirantes, a construção de fortes militares em pontos estratégicos da região Norte e a ligação da fronteira Oeste por meio de linhas telegráficas são apenas alguns exemplos de ações, que, desde os primórdios, vêm fortalecendo os laços históricos que unem o Exército de Caxias à sociedade Brasileira de modo indelével. Se nos dias atuais, com toda a tecnologia, construir uma estrada próxima a grandes centros urbanos ainda é um processo complexo, custoso e demorado, façamos o exercício mental de imaginar como terá sido essa verdadeira epopeia na década de 1970, em meio ao ambiente inóspito da selva amazônica, com escassa comunicação, logística precária, rudimentar e apoio médico bastante limitado”, lembrou o General Arruda ao dirigir-se à tropa.
Após a celebração, foi distribuído o livro “BR 174 Manaus – Boa Vista: A Rodovia da Conquista Amazônica”. O autor do livro, Primeiro-Tenente Guilherme Diniz, comentou sobre os conhecimentos adquiridos durante a pesquisa para a conclusão do livro. “Envolveu uma série de investigações históricas, especialmente em fontes primárias, como publicações de jornais, boletins internos dos batalhões envolvidos e a coleta de depoimentos dos pioneiros que construíram a BR 174”, explicou o autor.
Durante a solenidade, o Subtenente Veterano Luiz Mário Severo Ávila, topógrafo pioneiro na construção da BR-174, foi homenageado com um exemplar do livro, uma placa e uma medalha. “Eu cheguei da Escola de Sargentos das Armas em 1969 para o 6º Batalhão de Engenharia de Construção e tive a oportunidade e o prazer de ser o topógrafo para a construção da BR 401, que liga Boa Vista a Bonfim e a Normandia (RR), e da BR 174, que liga Manaus (AM) a Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela. Nesse meu serviço, como não existiam naquela época no estado de Roraima rodovias, o 6º BEC foi designado para fazer essas rodovias. Coube a mim, como topógrafo, fazer o levantamento topográfico, executando a topografia para ligar em definitivo a Venezuela ao Brasil, por meio de Manaus”, explicou o Subtenente.
Uma obra de aproximadamente mil quilômetros, interligando o estado de Roraima ao Brasil e a países vizinhos, como a Guiana e a Venezuela, merece ser lembrada sempre. O trabalho de ontem fortalece e incentiva a jornada da Engenharia Militar de hoje em prol de um Brasil melhor.