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“… EU SOU GAÚCHO… E DESSE JEITO, EU SOU FELIZ. NÃO ME LEVE A MAL…O RIO GRANDE É O MEU PAÍS!”

 Se tem um coisa que orgulha quem nasce no sul do Brasil, é dizer que somos gaúchos. Pois até hoje corre nas nossas veias, o mesmo sangue que corria nos nossos heróis farroupilhas, que travaram uma guerra que durou 10 anos, por isso temos orgulho de dizermos que somos “gaúchos”, temos orgulho de cantar o hino Rio-grandense e carregamos nossa bandeira pra onde formos.

  A palavra gaúcho não tem origem certa. Para o escritor Aurélio Porto, o termo vem da “guahú”, do Guarani, “canto triste” ou “uivo de cão” e “che”, do Quichua, gente. Para o historiador significa: “homem que canta triste”.

  Além do Rio Grande do Sul “El Gauchos” eram chamados os camponeses do Uruguai e parte da Argentina, o que mostra a força do povo sem fronteiras. Uma expressão dada ao teatino(quem anda por todo lugar) que vivia nas regiões litorâneas dos 3 países, sem conhecer fronteiras, surgiu da figura primitiva do peão.

 

 O padre Antônio Ruiz de Montoya, definiu “guahú” (Guarani) como o “canto dos índios”. Naqueles tempos os mestiços e índios a gostavam de músicas tristes

 O padre Cristóvão de Mendonça Orelhano, que foi quem trouxe o gado para o RS, em 1634. Depois em abril de 1635, quando ele conduzia uma tropa bovina, perto da região onde hoje é Caxias do Sul, ele acabou sendo preso junto com seus tropeiros, sob a dança do cacique Jagacaporu, ele foi ferido mortalmente e arrastado pelas pedras, na cincha de um cavalo, ao som de tambores e o canto triste dos bugres nativos. Por isso, definiram como “homem que canta triste”.

 Assim temos muitas definições da palavra gaúcho em várias línguas. O escritor uruguaio Daniel Granada, disse que a palavra gaúcho veio do árabe (chaouch), tropeiro em espanhol “chaucho”, significando: homem do campo, cavaleiro, vaqueano e guardião das tropas.

 Em 1820 Auguste de SaintHilaire, francês que percorreu os pampas gaúchos, definiu como homem que vivia da carne, morava em ranchos, tinha hábitos de chimarrão e andava a cavalo. Gaudérios que andavam sozinhos, sem chefes, sem lei, sem polícia e que gostavam de jogar carreiras de cancha reta.

 

 A definição do gaúcho foi crescendo e seu perfil passou a ser quem tinha facilidades nas lidas campeiras, quem percorria os pampas, domando, tropeando e carneando. O gaúcho vivia nos galpões das estâncias, tomando seu chimarrão enquanto preparava o churrasco num fogo de chão, sempre com suas cantigas, onde mostrava o seu lado triste e com saudades da sua querência.

  Garibaldi (italiano) que lutou ao lado dos gaúchos na Revolução Farroupilha, foi chamado de “Herói dos dois mundos”, após lutar na nossa revolução, numa fracassada batalha na Itália, lembrou-se de seus soldados e bradou:” Dai-me um esquadrão de cavalaria rio-grandense e eu vencerei o mundo!”

  Quando quem nasceu no Rio Grande do Sul recebeu oficialmente, a denominação gentílica de “gaúcho”, tivemos a imagem ideal do gaúcho que seria um povo forte e corajoso.

                                                                                                                        

 O fato das sesmarias da fronteira (Uruguai e Argentina) terem sido concedidas a militares, foi altamente positivo para a afirmação do caráter do gaúcho e para a formação da sua mentalidade. Os militares educados para o mando e para a obediência, incutiram esses mesmos princípios na mente dos gaúchos, fundamentais para manter em ordem a imensa Campanha.

Aqui no RS quando as crianças vão para a escola, já aprendem a cantar o hino do RS e aprendem a valorizar as cores da nossa bandeira, que são verde, vermelho e amarelo. Por isso e por tantas guerras, principalmente, a Revolução Farroupilha, é que lutamos por nossos direitos e temos orgulho de sermos chamados de gaúchos. Assim segue a nossa tradição, passando de pai para filho, por muitas gerações. Todos conhecem a história dos nossos heróis de guerras. Corre dentro de nossas veias esse sangue farrapo, a coragem, a amizade, hospitalidade, garra e orgulho de ter nascido no RS. Na nossa bandeira está escrito o nosso lema: “Liberdade, Igualdade e Humanidade.

 Por isso comemoramos o dia do gaúcho em 20 de setembro, com um grande desfile de cavalarianos, de crianças a idosos, homens e mulheres, gaúchos e gaúchas comemorando essa data só nossa.

                                                                                                                                                      

Ser gaúcho

Ser gaúcho,
não é apenas nascer no pago
ou ser filho desta terra.
Ser gaúcho
é ser valente
e cultuar nossas tradições.
Ser gaúcho
não é colocar bombacha, bota , lenço,
pegar o seu cavalo
e desfilar no dia vinte de setembro.
Ser gaúcho
é conhecer suas origens,
saber de onde veio a bombacha,
conhecer a história do chimarrão
e não apenas tomá-lo.
Ser gaúcho
é ser tradicionalista,
contar a nossa história
e ter orgulho da nossa tradição.
Ser gaúcho
não é só andar pilchado,
não é só saber montar no cavalo
e sim saber o que é pelego,
arreios, freio, lombilho…
Ser gaúcho
é ser peão de estância
conhecer a lida do campo
e lidar com o gado.
Ser gaúcho
é cantar, dançar nossas músicas,
compor, trovar, declamar,
contar nossas vitórias
e saber cantar o nosso hino.
Ser gaúcho
é conseguir reviver nosso passado,
conhecer nossas origens
e nascer no Rio Grande do Sul.
Ahhhh!! Eu sou gaúcho tchê!

 

 

  Autora Márcia Ximenes Nunes

 

 

 

 

                         

 

 

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

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